A partir de reflexões sobre sentimentos comuns, o psicólogo Alexandre Coimbra Amaral conversa com a gente sobre as pequenas ou grandes dores do dia a dia
Em “Cartas de um terapeuta para seus momentos de crise”, o psicólogo Alexandre Coimbra Amaral traz 14 textos sobre as emoções humanas que nos habitam desde a infância, em maior ou menor grau.
À criança que um dia fomos, talvez tenha lhe faltado algum recurso, que viria a ser desenvolvido naturalmente com o passar do tempo, para lidar com determinada situação ou emoção nova. Hoje, para enfrentar os desafios do dia a dia, talvez essa mesma criança guarde o segredo que precisamos redescobrir para sair de situações com criatividade e organizar as emoções com mais leveza. Uma troca essencial entre nossas versões que coexistem, mas ainda difícil de encontrar o equilíbrio – o adulto que dá conselhos à criança e a criança terapeuta de nós mesmos. Nessa temática, a editora Planeta lança“Cartas de um terapeuta para seus momentos de crise”.
Quando as cartas já não são uma forma tão costumeira de aplacar a saudade, substituídas por e-mails ou mensagens instantâneas por aplicativo, o psicólogo Alexandre Coimbra Amaral, também colunista do Lunetas, resolveu resgatar essa prática e escreveu de próprio punho 14 cartas cujos remetentes são emoções comuns a todos nós, porque nos habitam, em maior ou menor grau, desde a infância.
Na caixinha de correspondência de seus múltiplos destinatários, “Cartas de um terapeuta para seus momentos de crise”, livro de estreia de Alexandre, traz, de maneira sensível e empática, um pouco da sua experiência em ouvir sobre os conflitos humanos em consultório, proporcionando reflexões sobre dilemas e sentimentos que nos atravessam: medo, tristeza, saudade, culpa, ciúme, amor, morte, esperança.
“Uma carta é sempre uma promessa de futuro, um abraço que ainda acontecerá em alguma esquina da vida”
“Cartas de um terapeuta para seus momentos de crise” (Planeta, 2020), livro de estreia de Alexandre Coimbra Amaral, traz 14 textos sobre as emoções humanas que nos habitam desde a infância, em maior ou menor grau.
Ao redigir essas cartas afetivas e repletas de metáforas, o autor pretende conduzir o leitor a uma viagem interior urgente, em busca de uma vida com mais sentidos e significados, talvez reencontrando no caminho versões antigas de si mesmo ou até estimulando que novas versões assumam o protagonismo. O movimento de transformar questões mal ditas em palavras é também um convite para que cada leitor seja a outra metade desse diálogo e possa validar suas emoções. “Se fôssemos um mundo que desse amplo espaço para o dizer das pessoas, talvez os terapeutas fossem menos necessários”, escreve ele.
“O silenciamento é o caminho para a dor sem nome, e a palavra é o antídoto do retorno ao bem-estar possível”
Embora os desafios sejam semelhantes em sua porção de coisa universal, as histórias de como os experimentamos são únicas, com pensamentos, sentimentos e ações muito particulares que resultarão na construção de saídas autênticas para os labirintos da vida. Os momentos de crise são, neste livro, “o motivo de um abraço que nunca se encerra, como acalento da angústia que existirá, como parte da aventura de voltar a despertar para um novo dia”.
Sobre o autor
Alexandre Coimbra Amaral é psicólogo, terapeuta familiar, de casais e grupos. Palestrante conhecido nacionalmente, escreve colunas no Portal Lunetas e na Revista Crescer; é também parceiro do programa Encontro com Fátima Bernardes, da Rede Globo. Foi professor universitário, em cursos de graduação e pós-graduação em Psicologia. Hoje atua mais como facilitador de diálogos em escolas, empresas, ONGs e instituições de saúde. Para Alexandre, “ser delicado é sim parte de um mundo masculino possível, não violento e cheio de esperança”.
Leia um trecho do livro
“É hora de recuperar a potência de ser remetente ou destinatário de cartas que abraçam sem medo; cartas sem vergonha de expressarem o amor, a dúvida, as emoções mais secretas e as histórias mais silenciadas. É hora de fazer das cartas uma contracultura do afeto e da esperança na capacidade de sermos solidários.”