Qual mensagem estamos transmitindo a uma criança quando não ouvimos suas vontades com relação ao seu corpo?
Ao obrigá-lo a um afeto forçado com alguém desconhecido, sinalizamos que pode se aproximar de qualquer pessoa. Confira a reflexão da psicóloga e psicanalista Carol Lopes.
Não é raro que famílias, em eventos sociais ou encontros espontâneos obriguem as crianças a beijar o rosto de adultos desconhecidos a elas. O que pode significar esta atitude? “A criança tem um instinto natural de se afastar de pessoas que são desconhecidas, se afastar de quem não conhece. Isso é ótimo, pois a afasta de se ser conduzida por pessoas que não fazem parte da sua rede afetiva”, afirma a psicóloga e psicanalista Carol Lopes.
Segundo a psicóloga, ao respeitar a vontade da criança que não quer beijar desconhecidos, ensina-se na prática o que é empatia, pois o adulto vê a situação a partir do olhar da criança. Nesse sentido, ela também fala para os adultos: “Quando formos ao encontro de uma criança que não é íntima nossa, devemos nos agachar e perguntar: ‘eu posso te dar um beijo?’ ‘eu posso te dar um abraço?’. Este abraço sem consentimento pode ser invasivo”. No canal Criar e Crescer, a profissional explica mais sobre essa questão.