O relatório apresenta ranking com 144 países, classificando-os com base no casamento infantil, na educação, na gravidez na adolescência e mortalidade materna
Segundo a ONG Save The Children, o Brasil apresenta números elevados de gravidez na adolescência e casamento infantil. Em conjunto, os dados colocam o país como um dos que mais impõem barreiras ao desenvolvimento feminino, privando as mulheres de oportunidades.
De acordo com um relatório divulgado nesta terça-feira pela ONG Save the Children, por ocasião do Dia Internacional da Menina, o Brasil é o pior país da América do Sul em termos de oportunidades o desenvolvimento de meninas.
O relatório “Até a última menina. Livres para viver, livres para aprender, livres de perigo” apresenta um ranking com 144 países, classificando-os do melhor para o pior para as garotas com base no casamento infantil, na educação, na gravidez na adolescência, na mortalidade materna e no número de legisladoras mulheres.
Nígeria, Chade, República Centro-Africana, Mali e Somália aparecem nos últimos lugares do ranking. O país mais bem classificado é a Suécia, seguida por Finlândia, Noruega, Holanda e Bélgica
Segundo a ONG, o Brasil apresenta números elevados de gravidez na adolescência e casamento infantil. Em conjunto, os dados colocam o país como um dos que mais impõem barreiras ao empoderamento feminino, privando as mulheres de oportunidades. “Alguns países na América Latina têm performances piores nesses indicadores do que para educação e mortalidade materna”, pontua o relatório.
O casamento infantil principal preocupação da ONG. No mundo, uma garota com menos de 15 anos se casa, na maioria das vezes forçadamente, a cada sete segundos
Em casos extremos, identificados em países como Afeganistão, Iêmen, Índia e Somália, crianças com menos de dez anos já são forçadas a se casar.
“O casamento infantil começa um ciclo de desvantagens e nega às garotas oportunidades de aprendizado, desenvolvimento e de serem crianças” — critica a Carolyn Miles, presidente da ONG Save the Children. — “Garotas que casam muito cedo muitas vezes não vão à escola e estão mais vulneráveis à violência doméstica, ao abuso e ao estupro. Elas ficam grávidas e têm filhos antes de estarem fisicamente e emocionalmente prontas, o que pode gerar consequências devastadoras para a saúde delas e dos bebês”
Para alterar essa realidade, a organização internacional sem fins lucrativos Plan International lançou a campanha “Por Ser Menina” (“Because I’m a Girl”), uma ação global que visa evidenciar as situações de violência e preconceito vividas por meninas ao redor do mundo. A iniciativa tem o objetivo final de conscientizar a população mundial sobre o empoderamento das meninas de todo o mundo e, particularmente, em países em desenvolvimento, por meio da educação. Além disso, a ação estimula o desenvolvimento de projetos e políticas públicas para impulsionar o potencial das meninas e assegurar o pleno exercício de seus direitos.
Comunicar erro