10 autoras negras latino-americanas que escrevem para crianças

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, apresentamos mulheres incríveis que apresentam literatura voltada às crianças

Da redação Publicado em 25.07.2022
Duas meninas negras leem um livro com uma mulher negra. A imagem possui rabiscos coloridos e ilustra uma matéria sobre autoras negras para conhecer no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha.
OUVIR

Resumo

O Lunetas selecionou uma lista com mulheres negras latino-americanas e caribenhas que escrevem para crianças e realizam diversas ações voltadas à infância.

Um encontro realizado na República Dominicana com o intuito de unir mulheres negras e denunciar o racismo, machismo e sexismo enfrentado por elas ao redor do mundo virou uma data global: hoje, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha completa 30 anos. No Brasil, o dia 25 de julho também celebra a memória de Tereza de Benguela, líder do quilombo Quariterê.

O Lunetas selecionou 10 artistas e autoras negras de diversos lugares das Américas do sul e central, que possuem escritos e realizam ações diversas voltadas às crianças. Incentivar a autoestima, o bem-estar, a felicidade e o desejo de um presente e futuro melhores para a população negra deve ser realizado desde a primeira infância.

Artistas e autoras negras da América do Sul e Central

  • 1. Kiusam de Oliveira (Santo André/SP)

Kiusam é educadora, pesquisadora, dançarina e escritora. Usandoa literatura como ferramenta de resgate da autoestima de crianças negras, a artista propõe um olhar afrorreferenciado à arte que produz, para que o processo de aprendizagem das crianças seja de corpo inteiro – “a literatura infantil e a arte devem caminhar juntas e podem ser vistas como ferramentas importantes para pensar e construir esse ‘corpo-resistência’”, diz. É autora de livros como “O mundo no black power de Tayó” e “Com qual penteado eu vou?”

“É tempo de nós, ‘mulheres-leoas-negras’, contarmos nossas histórias”

  • 2. Janete Marques (São Paulo/SP)

Educadora, historiadora e escritora, Janete nasceu na capital paulista mas fez morada no Recôncavo Baiano. É autora de “Flora, faça florir!”, propondo romper silêncios, encontrar a própria voz e fazê-la ecoar – fazendo assim florir dentro de si e ao seu redor.

  • 3. Carmen Lima (Porto Alegre/RS)

Professora, atriz, bonequeira e contadora de histórias, Carmen começou a contar histórias ainda em 1997, desenhando e confeccionando bonecos negros para dar vida às suas narrativas. É responsável pela capa e alguns textos de “Travessias de Amanaã”, coletânea com escritos de seis mulheres negras de diversos lugares do Brasil.

  • 4. Jarid Arraes (Juazeiro do Norte/CE)

Escritora, poeta e cordelista, Jarid também escreve para crianças e é criadora de um clube de escrita voltado para mulheres. Em “Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis”, nomes como Carolina Maria de Jesus e Luiza Mahin evidenciam a importância das mulheres negras na construção do país e resgatam suas colaborações e histórias para o público. 

  • 5. Lupita Nyong’o (México)

Filha de pais quenianos, Lupita é natural da Cidade do México, com seu nome homenageando Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira do país. Além da atuação em filmes como “Nós” (2019), de Jordan Peele, e “Pantera Negra” (2018), de Ryan Coogler, Lupita presenteia o mundo com seus versos em “Sulwe”, que relata a infância de uma menina do leste africano e suas angústias por ter a pele escura. O objetivo de Lupita é inspirar crianças a se sentirem confortáveis e se amarem em seus próprios corpos.

  • 6. Teresa Cárdenas (Cuba)

Escritora, atriz, contadora de histórias e assistente social, Teresa é natural de Cárdenas, cidade ao norte de Cuba. Com as obras “Cartas para a minha mãe” (1997), “Cachorro Velho” (2006) e “Mãe Sereia” (2018), publicadas no Brasil, Teresa é um dos grandes nomes da literatura infantil cubana, abordando temas como ancestralidade e escravidão com uma linguagem sutil, em obras recheadas de ilustrações que enchem os olhos das crianças.

  • 7. Yolanda Arroyo Pizarro (Porto Rico)

Yolanda é uma premiada escritora porto-riquenha que possui dois livros dedicados às crianças: “Good Hair” (2018), uma obra cheia de lições voltadas à beleza e importância dos cabelos crespos e naturais, que guardam suas raízes porto-riquenhas; e “Afrofeministamente”, com ensinamentos, poemas e canções de ninar voltadas à construção de autoestima, empoderamento e resistência em crianças, adolescentes e mulheres negras. 

  • 8. Grace Hallworth (Trinidad e Tobago)

Escritora e contadora de histórias, Grace faleceu em 2021, deixando um grande legado para as infâncias afro-caribenhas. O livro “Down by the River: Afro-Caribbean Rhymes, Games, and Songs for Children” (Descer pelo rio: ritmos, jogos e músicas afro-caribenhas para crianças, em tradução livre) reúne diversas produções culturais da região caribenha voltadas às crianças.

  • 9. Sili Recio (República Dominicana)

Poeta, escritora e contadora de histórias, Sili escreveu o primeiro livro infantil em 2020, contando para a filha como é a negritude em seu país de origem. Entre o amarelo do milho, o pôr do sol vermelho e o azul do oceano, peles cor de canela e de mogno regem “Se dominicano fosse uma cor”, afinal, as cores de pele de uma nação são tão distintas quanto as cores da natureza.

  • 10. Veronica Chambers (Panamá)

Escritora e professora, Veronica é responsável pelo livro “Celia Cruz – A rainha da salsa”, em que a infância, a ascensão e o sucesso da cubana Celia Cruz ganham uma homenagem que pode ser apreciada por adultos e crianças.

Leia mais

Comunicar erro
Comentários 1 Comentários Mostrar comentários
REPORTAGENS RELACIONADAS