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Aulas ao ar livre, uma alternativa às escolas na pandemia

Foto de uma menina usando máscara ao ar livre e em meio à natureza

Experiências ao ar livre têm sido apontadas como solução para adaptar parte das aulas presenciais, a fim de reduzir as chances de transmissão do novo coronavírus e ampliar o contato com a natureza. Recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), essa medida tem sido considerada uma alternativa também para pensar as escolas além das quatro paredes de uma sala de aula. 

Assim, diante da necessidade de reformular ambientes escolares e a metodologia de ensino no contexto da pandemia, incluindo atividades em espaços abertos e em meio à natureza no planejamento de volta às aulas, foi elaborado o “Guia de aprendizagem ao ar livre em Jundiaí”, uma parceria entre a cidade paulista e o Instituto Alana, por meio de seu programa Criança e Natureza.

Ao considerar os novos tempos e as potências da infância e da educação, o material parte da experiência de três escolas que serviram de protótipo, representando diferentes realidades vividas em ambientes escolares de modelos arquitetônicos e estruturas variadas (com área externa disponível; área externa limitada; espaços que podem ser potencializados). 

Foto: Pedro Amora/Divulgação PM de Jundiaí

A cidade torna-se espaço educativo para o retorno às aulas presenciais

Divulgação PM de Jundiaí

A cidade torna-se espaço educativo para o retorno às aulas presenciais

Divulgação PM de Jundiaí

A cidade torna-se espaço educativo para o retorno às aulas presenciais

Divulgação PM de Jundiaí

A cidade torna-se espaço educativo para o retorno às aulas presenciais

Foram pensadas questões como a segurança durante o deslocamento até as adaptações necessárias, incluindo o planejamento de manutenção, limpeza e higienização. Dentre as recomendações do manual está a de priorizar o uso de áreas externas, como o pátio escolar ou quadras esportivas, a partir de elementos básicos, como qualidade acústica, iluminação e sombreamento, e adequação ao distanciamento social, segundo protocolos de saúde vigentes.

Seguindo essas recomendações como diretriz para as ações de reabertura, parte das aulas presenciais das escolas municipais de Jundiaí será realizada em salas de aulas temporárias situadas em áreas verdes e naturais, considerando o prédio escolar, mas também ampliando o olhar ao território e espaços públicos próximos, como praças e parques, por exemplo. Essa ideia vai ao encontro do conceito de cidades educadoras, que, ao reconhecerem sua vocação educativa, buscam ativar essa potencialidade em prol de todos.

Para a professora Vastí Ferrari Marques, gestora de educação de Jundiaí, “o guia é um registro de um percurso formativo para que cada escola possa, a partir dele, estudar as possibilidades de aprendizagem ao ar livre e fazer adaptações necessárias no momento do planejamento das ações. Não é um modelo a ser seguido, mas a ser transposto para cada realidade escolar”.

Há mais de 10 anos, as escolas da rede municipal infantil de Novo Hamburgo (RS) passaram por um processo de “desemparedamento da infância”: pátios e ambientes externos foram ampliados; árvores, plantas e animais foram inseridos no ambiente escolar e as crianças passaram a ter mais aulas ao ar livre. Contamos esta experiência na reportagem “Uma sala de aula fora das quatro paredes”.

Além de uma parte teórica, com diretrizes, conexões com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e amparo legal na constituição, o guia se apoia em referências internacionais e no percurso formativo realizado entre as instituições. No fim da publicação, um checklist retoma os principais pontos a serem analisados em conjunto por toda a comunidade escolar se foram devidamente contemplados, bem como materiais complementares.

“É muito importante estudar, buscar referências, conversar com colegas e vivenciar entre as equipes o mundo da criança. Trata-se de uma proposta para acrescentar qualidade ao modelo anterior, desde o ensino direcionado a bebês à educação de jovens e adultos, pois contemplam melhorias para a saúde física, emocional e cognitiva de todos nós, adultos e crianças”, declara Vastí sobre esse momento determinante para a educação e a cultura de nossas cidades e escolas. 

A plataforma “Rotina para a quarentena” disponibiliza ebooks divertidos, que destacam a nossa conexão à natureza e a seus elementos. Assim, além de proporcionar momentos de interação com o meio e entre crianças e adultos, contempla a questão de tirar as crianças da frente das telas.

Para Paula Mendonça, assessora pedagógica do programa Criança e Natureza do Instituto Alana, o desemparadamento da infância, um fator relevante para o incremento da aprendizagem anterior à pandemia pelos benefícios pedagógicos de se aprender “com” e “na” natureza, agora é também “uma medida sanitária para que a reabertura das escolas possa ser mais segura”. Segundo ela, o documento também reforça a importância de um planejamento intersetorial, pois “não depende apenas da educação, deve haver acompanhamento das áreas de saúde, urbanismo, assistência social, esporte etc.”. 

Além de realizar atividades em espaços abertos como medida alinhada ao desemparedamento das escolas, o programa “Voa pé” – também da Prefeitura de Jundiaí, junto das secretarias de Educação, Cultura e Esporte – busca incentivar caminhadas pelo território a pé, de modo que as crianças possam se apropriar dos espaços ao redor, e mostrar que é possível ter aula fora das salas.

  • O lançamento oficial do “Guia de aprendizagem ao ar livre em Jundiaí” aconteceu durante uma live nesta quarta-feira, 24/2, com a presença de Vastí Ferrari Marques, Paula Mendonça e Luiz Fernando Machado, prefeito de Jundiaí. Assista!
  • Para mais inciativas educacionais que promovam o desenvolvimento integral da criança, veja o debate “Corpo em movimento – desafios para o desenvolvimento integral”, durante o evento on-line “No Chão da Escola”, realizado pelo Instituto Alana.

 

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