Acolhimento: rede conecta pais de crianças com Síndrome de Down

O Chat21 atua em parceria com a rede de ativadores do Movimento Down, e conecta famílias de crianças com a mesma condição genética

Camilla Hoshino Publicado em 19.09.2017

Resumo

A ideia é oferecer um atendimento humanizado e acolhedor, conectando famílias que receberam o diagnóstico a outras, que já passaram pela mesma situação.

Cerca de um mês após o nascimento de Maira, Gabriela Laborda recebeu a confirmação de que sua bebê tinha Síndrome de Down. Hoje, sua filha está com dois anos e quatro meses, e Gabriela, inspirada por sua experiência de maternidade, acaba de lançar o Chat21, que atua em parceria com a rede de ativadores do Movimento Down, e conecta famílias de crianças com a mesma condição genética.

A iniciativa foi lançada recentemente, apesar disso, já mobiliza pessoas de todo o Brasil. A proposta é oferecer um atendimento humanizado e acolhedor, conectando famílias que acabaram de receber o diagnóstico de seus filhos via WhatsApp com outras pessoas, apelidadas de ‘acolhedores’, que já passaram pela mesma situação. Além disso, também há um serviço de pronto antedimento é realizado pelo site.

“Somos uma rede de pais que buscam acolher através da experiência e da empatia, nosso intuito é zelar pelo bem estar emocional dessas famílias”, disse Gabriela

De acordo com ela, a troca com outras famílias de crianças com Síndrome de Down foi muito importante para que ela pudesse ressignificar seu momento, e por isso decidiu empreender um projeto que possibilitasse o mesmo acolhimento à outras famílias.

“Eu lia, pesquisava, via videos, mas sentia uma falta imensa de ouvir da boca de uma mãe o que isso realmente significava, como era essa realidade de fato”, defende.

“Conheci muitas mães, e percebi que a troca de experiencia é algo muito rico”

Gabriela conta que, por não conhecer muitas famílias com crianças com a condição genética de sua filha, estava imersa em preconceitos e falta de informação, se sentindo desorientada e perdida. Mas sua vida começou a mudar a partir do primeiro contato com uma outra mãe, cuja filha de 18 anos, também com Síndrome de Down, estava fazendo o ENEM na época.

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Léo Azevedo

Na foto, Gabriela e Maira. “É possível ver que existem caminhos, que você não esta sozinho, e que há muito amor envolvido”, disse sobre a importância das redes de apoio.

“Não vou dizer que depois que conversei com ela fiquei totalmente tranquila, não fiquei, mas observei que na verdade eu não sabia nada sobre o assunto, e não adiantava ficar imaginando muito o futuro, eu tinha que viver essa experiencia, conhecer outras pessoas com filhos da mesma idade de Maíra e adentrar esse novo mundo que se apresentava pra mim”, disse.

“Embora você não siga exatamente o caminho que o outro fez, é possível ver que existem caminhos, que você não esta sozinho, e que há muito amor envolvido”

Em um primeiro momento, o foco do Chat21 será o atendimento à gestantes e famílias com crianças até um ano, mas a ideia é que o projeto acompanhe as famílias ao longo das diferentes fases do desenvolvimento, por meio de  grupos temáticos e por faixa etária.

“Eu tenho muitas dúvidas, a maioria vai surgindo de acordo com as etapas do desenvolvimento. As dúvidas e descobertas fazem parte do nosso cotidiano, aliás, acredito que faz parte da vida de qualquer pai e mãe, não tem muita diferença, seguimos pesquisando, perguntando, e aprendendo muito com nossos filhos e suas especificidades, cada um é único e tem uma demanda diferente”, disse Gabriela.

 

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