Medo de descarga, vergonha do corpo, aflição do barulho. Ir ao banheiro pode ser complexo. Para crianças autistas, é ainda mais delicado
Algumas crianças com autismo têm medo de sentar no vaso ou do barulho da descarga, outras têm dificuldade de avisar quando precisam ir ao banheiro. Como ajudar?
Os pequenos do espectro autista – lembrando que a denominação “espectro” se refere justamente à ampla gama de particularidades entre uma criança e outra – podem ter muita dificuldade para dominar situações corriqueiras como usar o banheiro, que por si é uma experiência bastante sensorial e, por isso, sensível para crianças com este diagnóstico.
Partindo desse princípio, este Guia para pais, patrocinado pelo projeto Autism Speaks – Autism Treatment Network, oferece dicas valiosas para pais e cuidadores. A ideia é que, mesmo na hora da pressa ou do desespero, o adulto esteja habilitado a orientar a criança da melhor maneira, acolhendo suas possíveis crises e compreendendo suas necessidades.
As informações reunidas no material são fruto das atividades em andamento da Rede de Tratamento Autism Speaks), um programa que conta com o apoio do Departamento de Serviços de Saúde e Humanos, Administração de Recursos e Serviços de Saúde do Governo Americano, por meio do Programa de Saúde Materno-Infantil do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos.
O portal especializado em inclusão Reab.me indica o material principalmente como subsídio para as famílias que aprendem sobre o autismo ao mesmo tempo em que o vivenciam. Afinal, muita situações da vida não permitem que nos preparemos com antecedência.
“Gostei principalmente ao considerar as acomodações que podem ser feitas devido às dificuldades na área de processamento sensorial, comumente encontradas em crianças com este diagnóstico”
É o que explica a terapeuta ocupacional Ana Elizabeth Prado, colaboradora do site. Ela explica ainda que alguns conteúdos do guia servem para qualquer criança que esteja com alguma defasagem ou dificuldade quanto ao uso do banheiro.
A especialista faz um alerta, porém, em relação ao sistema de “recompensas” que muitos pais adotam para incentivar a criança.
“Na Terapia de Integração Sensorial, acreditamos que as acomodações sensoriais, o prazer, o contexto e a ludicidade do programa promovem a motivação e o interesse da criança em se desenvolver na proposta.
“Cada família deve fazer a escolha mais adequada para as necessidades do seu filho”, defende Ana
Outro ponto importante é, claro, discutir as questões diretamente com a criança, ouvindo seus possíveis medos e entendendo como ela se sente mais confortável e segura.
O acompanhamento da família é fundamental para que as crianças não desenvolvam bloqueios ou traumas
Abaixo, algumas orientações que o Guia traz:
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