Segundo o especialista em criação com apego Thiago Queiroz, dizer isso é invisibilizar a dor da criança, demonstrando que seus sentimentos são irrelevantes
O pai, blogueiro e especialista em criação com apego Thiago Queiroz, mais conhecido como o "Paizinho Vírgula!" traz uma reflexão sobre a empatia na criação dos filhos.
Em novo post em seu blog, Thiago Queiroz, mais conhecido como o Paizinho Vírgula! traz uma reflexão sobre a empatia – ou seja, a capacidade de reconhecer o sentimento dos outros e se colocar em seu lugar -, e explica como e por que pequenas e aparentemente inofensivas posturas do dia a dia com as crianças podem minar esse objetivo.
“Todo mundo sabe que não deveríamos diminuir os sentimentos dos nossos filhos, certo? Talvez não seja tão claro assim, ainda mais nas diversas pequenas interações que temos com os nossos filhos, e principalmente quando eles estão tristes por algum motivo que nós julgamos pequeno”, começa ele.
Empatizar é não julgar a dor do outro como irrelevante
No texto, o pai e blogueiro faz um paralelo entre situações vividas na vida adulta, quando alguém passa por alguma situação difícil, procura um interlocutor para falar sobre a situação, e acaba vendo seu momento de desabafo transformado em uma fala da outra pessoa sobre como ela já sofreu mais por alguma outra situação.
“Existem pessoas que simplesmente não conseguem empatizar com a dor alheia, e precisam rapidamente tornar aquilo em algo sobre elas próprias. É ruim estar na pele da pessoa que nunca é acolhida, porque sempre tem alguém que sofreu algo “pior”. Se nós concordamos que não empatizar com o outro não é algo tão legal de se fazer, por que isso ainda é largamente aceitável quando falamos dos nossos filhos?”, completa o autor.
Para exemplificar sua reflexão, ele aponta frases como o “não foi nada”, quando a criança está chorando, que comumente ouvimos pais falando para seus filhos.”
“Além de problemático pela invisibilização de um sentimento genuíno, ainda é muito complicado porque causa confusão na cabeça da criança”
“Ela começa a se perguntar se deveria mesmo estar se sentindo daquele jeito, e imagina que está errada, afinal de contas, seus pais disseram que não era nada. Por outro lado, se frustra ainda mais porque simplesmente não consegue controlar aqueles sentimentos. Vamos tornar o exemplo ainda pior. Quem nunca ouviu um: “para de chorar, que menino não chora”?”, explica.
Thiago ainda relaciona esse olhar não empático para as dores das crianças à cultura do machismo – que dita que meninos não podem chorar ou demonstrar fraqueza e dor, por exemplo.
Por fim, a reflexão que fica diz respeito à ensinar empatia demonstrando empatia, e como isso só pode ser feito por meio do acolhimento, da escuta ativa e do afeto.
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