Adaptada a cada indivíduo, a tecnologia assistiva é uma ferramenta para fonoaudiólogos trabalharem a comunicação verbal em casos de síndrome de Down
Aplicativo usa a inteligência artificial para ajudar crianças com síndrome de Down a aprimorar a fala de forma personalizada, ajustada às necessidades de cada um.
Ao capturar sons e imagens da face da criança por meio da inteligência artificial, aplicativo auxilia o desenvolvimento da fala de pessoas com síndrome de Down, aprimorando a comunicação verbal. Desenvolvido por pesquisadores da USP Ribeirão Preto (FFCLRP), com financiamento do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o software chamado “SofiaFala” fornece relatórios que mapeiam o aprendizado a partir de exercícios feitos durante o processo fonoaudiológico.
Indicado para apoiar o processo de intervenção terapêutica (nenhum software substitui a consulta com o terapeuta ou médico capacitado), o sistema fornece dois tipos de resposta: uma lúdico-educacional, com orientações para o paciente e/ou o responsável pelo treino; outra, com dados métricos e estatísticos para o fonoaudiólogo avaliar, acompanhar e orientar a evolução clínica de cada criança.
Gratuita, a intenção é que a tecnologia assistiva se adapte às características individuais para melhor conduzir o processo de evolução da fala – dificuldades e potencialidades – de cada pessoa com síndrome de Down a partir de comportamentos distintos. O objetivo é que possam falar com fluência e segurança, mas também passem a integrar e interagir no contexto familiar, educacional e social exercendo seus direitos e deveres como qualquer cidadão.
A equipe do projeto conta com uma professora-coordenadora, da área de Ciência da Computação, uma educadora do curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) e 12 pesquisadores-colaboradores, entre eles, médicos, acadêmicos, fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas.
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Quando a Sofia nasceu e foi diagnosticada com síndrome de Down, sua mãe, a cientista da computação Marinalva Dias Soares, se deu conta de que necessitaria de recursos terapêuticos para ajudá-la. Como as tecnologias existentes em tratamento fonoaudiológico não atendiam às necessidades da Sofia, Marinalva procurou a FFCLRP para criarem uma tecnologia mais adequada à realidade das famílias brasileiras.