Seminário Criança e Natureza discute diversidade ambiental

Um dos motes do evento - gratuito - é a desigualdade de acesso à natureza. Por que tantas crianças não têm contato com áreas verdes?

Mayara Penina Publicado em 02.05.2019
Foto de uma criança negra com os olhos fechados cheirando um vaso de planta em suas mãos
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Resumo

O “Seminário Infâncias e Naturezas, um olhar para a diversidade social e ambiental”, acontece nos dias 10 e 11 de junho, no Rio de Janeiro.

Os diferentes cenários urbanos são determinantes para as variadas formas de interação com o ambiente natural, definidas, entre outros fatores, pela qualidade e biodiversidade da natureza e, também, pela desigualdade social. Por isso, quando se pensa na relação entre criança e meio ambiente, é preciso considerar que não se trata de uma única natureza de relação, mas das múltiplas formas como essa relação acontece. Para ampliar o diálogo sobre esse cenário, o programa Criança e Natureza, do Instituto Alana, em parceria com o Sesc Nacional realizam o “Seminário Infâncias e Naturezas, um olhar para a diversidade social e ambiental”.

O encontro reunirá entre os dias 10 e 11 de junho especialistas e educadores de todo o Brasil para instigar diálogos sobre a necessidade de maior interação das crianças com a natureza. O evento acontecerá no Sesc Nacional (Avenida Ayrton Senna, 5555 – Gardênia Azul), no Rio de Janeiro. (Confira aqui a programação do evento e acompanhe as novidades no evento no Facebook).

Crianças e o acesso à natureza

Atualmente, é possível notar, em diversas cidades brasileiras, entre elas, o Rio de Janeiro, muitas desigualdades no acesso à natureza: enquanto diversos bairros são carentes de vegetação; outros reúnem condomínios com ampla área verde, porém, bastante controladas com fins estéticos e decorativos; terrenos baldios com solo degradado e abandonado ou, ainda, áreas com natureza abundante e rica, mas que abrangem ambientes protegidos, como florestas.

“As crianças, nos seus distintos modos de viver, acessam a natureza da forma como lhe é possível e permitido. Não importa se elas moram no morro, em condomínios, perto do mar, ou nas periferias. O que elas têm em comum é a violência urbana induzindo um estilo de vida mais sedentário e confinado, distante do contato com áreas verdes. Por isso, queremos propor reflexões sobre a diversidade de vivências das crianças com as naturezas presentes nas cidades, e trazer inspiração e fomento a rede de profissionais e cidadãos comuns que, assim como nós, batalham por uma infância rica em natureza. Convidamos todas e todos a participarem dessa jornada para constituirmos uma rede que valoriza as múltiplas infâncias e as múltiplas naturezas que compõem um dos nossos maiores patrimônios, a diversidade”, destaca Laís Fleury, coordenadora do programa Criança e Natureza.

Na pauta do “Seminário Criança e Natureza”, estão temas como: “Infância”; “Segurança no espaço público”; “A importância da experiência” e “A Conexão da Natureza no Cuidado com Nós Mesmos e no Cuidado com a Terra”. As conversas serão conduzidas por Cláudio Maretti, especialista em áreas protegidas, apoio ao desenvolvimento sustentável; Evelyn Eisentein, médica pediatra, professora de pediatria; Ilana Katz, psicanalista de orientação lacaniana; Marie Ange Bordas, artista, autora e mediadora cultural; Murilo Cavalcanti, administrador de empresa e Secretário de Segurança Urbana da Cidade do Recife; Renato Noguera, doutor em Filosofia; Roque Antonio Juaquim, observador da Cultura da Infância (Brinquedos e Brincadeiras tradicionais da infância brasileira); Sérgio Godinho, diretor da Escola da Serra e Tainá de Paula, arquiteta e urbanista, especialista em patrimônio cultural.

Durante os dois dias de programação haverá diversas oficinas para os participantes, como pipas, construção de bichinhos em madeira, produção de tintas à base de terra e pintura, confecção de comedouros artesanais para observação de aves, entre outras. Pela primeira o seminário abrirá espaço para apresentação de trabalhos, pesquisas e experiências. Será feita uma exposição de painéis com os projetos selecionados, para valorizar a relação entre a criança e a natureza e analisando a fundo a realidade do Brasil, a fim de enfrentar a complexidade de situações vividas hoje nas infâncias brasileiras.

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