Por que ela repete as palavras? Por que ele sabe tudo de dinossauros? Por que ele não fala? O vídeo ajuda a responder essas e outras perguntas das crianças
Autistas podem saber tudo sobre dinossauros ou ventiladores. Eles podem começar a falar mais tarde, ou gostar de se balançar. Responder o que é autismo não é uma tarefa fácil, mas, com sensibilidade, é possível ter essa conversa com as crianças. Assista ao vídeo.
O que é autismo? Eis uma pergunta que costuma vir das crianças e que não possui uma resposta única e nem simples. O “Fafá conta histórias” é um canal de contação de histórias para crianças – se você já viu a nossa lista de canais infantis no YouTube, já ouviu falar dele -, que produziu um vídeo com intuito de explicar a temática às crianças.
Neste 2 de abril, Dia Mundial da Conscientização do Autismo, a atriz Flávia Scherner, autora do canal, publicou um conteúdo em que explica para as crianças o que é essa condição mais comum do que se costuma imaginar. A Organização Mundial de Saúde estima que existem 70 milhões de pessoas autistas no mundo, sendo cerca de dois milhões no Brasil.
Criado em 2008 pelas Organização das Nações Unidas (ONU), o dia 2 de abril é lembrado com a iluminação azul (cor que representa o autismo) em prédios e monumentos em todo o mundo. Nas redes sociais, a hashtag #DiaMundialAutismo reúne as publicações em português sobre o tema.
O material foi produzido com suporte de profissionais da saúde – uma psicóloga e uma terapeuta da rede de apoio da apresentadora. E tem o objetivo de levar ao público infantil uma resposta honesta sobre o que é o transtorno do espectro autista (TEA), sem recair em reducionismos ou simplificações nocivas à complexidade do assunto.
Com o cuidado de respeitar a sensibilidade das crianças para perceber o mundo, o vídeo utiliza metáforas que dão conta de dizer o que é ser autista, exemplificando o modo como uma pessoa do espectro pode demonstrar suas emoções. O vídeo conta, por exemplo, que alguns autistas podem ser supersensíveis a barulhos e estímulos externo, enquanto outros podem ter pouca sensibilidade aos mesmos estímulos, e por isso podem se morder, se balançar ou gritar.
“Perceba que estou falando ‘podem’, porque não existe um único padrão que sirva para todos”
“Como eles podem ter dificuldade de falar, os autistas podem copiar palavras pra dizerem o que querem. Tipo, se eu fosse autista e tivesse triste com algo eu poderia copiar uma frase de um desenho ou filme e repetir ela para mostrar o que estou sentindo.”
“Dentro da nossa cabeça nós temos um cérebro, que é tipo um computador muito poderoso. Autismo é quando existem diferenças nos computadores de algumas pessoas, que vivem, sentem e respondem ao mundo de uma outra forma”
O material se preocupa também em instruir quem assiste a fazer parte da rede de apoio da pessoa com autismo, estimulando o olhar empático à suas necessidades específicas, e dando dicas de como ajudá-los se eles estiverem precisando. “Sendo uma pessoa amiga, compreensiva, não tirando sarro e pedindo para um adulto bem legal te ajudar nessa tarefa”, orienta o vídeo.
Didático e atento ao valor do convívio com a diversidade, o vídeo pode ser um material útil para trabalhar na escola ou em casa, quando as crianças manifestam curiosidade sobre a condição de algum colega. “Nesse mundão nós somos todos diferentes e isso é muito legal pra tornar a nossa vida mais rica e cheia de aprendizados”, conclui.
“Se você tem transtorno do espectro autista você pode ter orgulho de quem você é”
Assista:
Leia mais
Comunicar erro