Por que ficamos tão preocupados em oferecer às crianças brinquedos caros e cheios de estímulos?
Quando o assunto é o brincar dos bebês, é possível oferecer experiências estimulantes sem recorrer a brinquedos caros e cheios de estímulos. Afinal, a brincadeira autoral é a que mais desenvolve a criatividade.
Aqui no Lunetas, quando o assunto é primeira infância, frequentemente falamos sobre como os bebês experimentam o mundo de forma sensorial, utilizando os cinco sentidos. Por isso, propiciar neste período da vida da criança uma multiplicidade de materiais e objetos que favoreçam esse aprendizado é fundamental. Porém, há uma linha tênue entre facilitar a descoberta do mundo e superestimular, interferindo na criatividade dos bebês.
Pensando em ampliar o olhar sobre essa questão, nosso parceiro Toda criança pode aprender publicou um texto abordando o assunto a partir da oferta – muitas vezes, excessiva – de brinquedos que a sociedade de consumo impõe. Como os brinquedos industrializados afetam o aprendizado dos bebês? E quando eles são a única opção proporcionada pelos adultos?
Há vários ganhos interessantes quando oferecemos aos pequenos a oportunidade de construir os próprios brinquedos.
É possível oportunizar a brincadeira autoral de diversas maneiras, seja complementando a brincadeira ou imaginando uma forma de se divertir e explorar a partir do que encontram à sua volta, estimulando a criatividade dos bebês.
Não por acaso, é comum que, ao oferecer ao bebê um brinquedo estruturado e pronto, ele prefira brincar com a caixa de papelão ou com o papel onde ele foi embrulhado? Compreender por que isso acontece passa por entender a comunicação corporal, visual e sensitiva dos bebês como uma linguagem. Experimentar o som, a textura, o cheiro e os demais elementos de um objeto novo é estimulante para o desenvolvimento dos bebês.
“Nesses momentos, eles desenvolvem a criatividade, alimentam a imaginação, encontram soluções para desafios que aparecem na brincadeira, experienciam o contato com diferentes materiais, aprendem a valorizar aquilo que fazem e a lidar com as frustrações quando não atingem o objetivo que queriam, além de aprenderem a brincar sem necessidade de consumir um produto novo”, afirma a publicação.
“Talvez estejamos muito preocupados em oferecer às crianças brinquedos caros, cheios de estímulos, esquecendo de que o mais importante não é o objeto e sim o processo criativo envolvido na brincadeira”
Para visualizar melhor como isso tudo acontece na prática, uma boa pedida é o vídeo da americana Esther Anderson, mãe de três meninas. No registro, ela aparece brincando com as filhas e apresentando a elas objetos aleatórios, como um molho de chaves ou uma garrafa de plástico, e brinquedos industrializados, como ursos de pelúcia e bonecas.
A partir dessa simples gravação, é possível inferir variadas coisas sobre o brincar dos bebês e de como ele se relaciona mais naturalmente com as opções não estruturadas, que deixam mais espaço para o livre criar e imaginar.
Além disso, o vídeo chama a atenção para a habilidade de pesquisa e observação desse período do desenvolvimento, em que as crianças frequentemente ficam mais atraídas pelo modo como as coisas funcionam, no sentido de descobrir sons e texturas, por exemplo. Assista:
Three kids in and we have this theory about babies and baby toys… so for fun we tested it out on Aubrie the other day and I think it's safe to say we were right ?
Posted by Story of This Life on Tuesday, October 23, 2018
Para ler a publicação do Toda criança pode aprender na íntegra, clique aqui.
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