Atualmente, o brasileiro consome 80 gramas de açúcar por dia. A orientação da Organização Mundial de Saúde é chegar em 25 gramas
O governo brasileiro acabou de assinar um acordo com a indústria alimentícia para reduzir o consumo de 144 mil toneladas de açúcar até 2022. O acordo foi feito entre Ministério da Saúde, Anvisa e diversas Associações de alimentos.
Manter uma alimentação diariamente saudável é um desafio, não só porque o tempo para cozinhar em casa é pouco, mas por conta do açúcar dos alimentos, adicionado em quase tudo o que consumimos. Ou seja, a dificuldade aumenta também porque as opções disponíveis no mercado são majoritariamente de qualidade ruim – isso sem falar do sódio, do sal e de outros componentes nocivos. Porém, o Brasil teve uma boa notícia nesta segunda-feira, 26.
O governo brasileiro acabou de assinar um acordo com a indústria alimentícia para reduzir o consumo de 144 mil toneladas de açúcar até 2022. O acordo foi feito entre Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Abia, a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas, a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados e a Associação Brasileira de Laticínios.
Por exemplo, na prática, a redução será de até 62,4% do açúcar presente hoje nos biscoitos, um dos maiores vilões da alimentação, sobretudo das crianças.
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que a medida faz segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de limitar o consumo diário de açúcar a 50 gramas, para gradativamente chegar às 25 gramas, correspondendo a cerca de seis colheres de chá. A instituição afirma que, hoje, a média de consumo de açúcar do brasileiro é de 80 gramas por dia – o equivalente a 18 colheres de chá. Desse montante, a maior quantidade vem de açúcar adicionado nos alimentos, e os 36% vem do açúcar de alimentos industrializados.
O acordo estabelece cinco categorias de alimentos que deverão se comprometer a diminuir a porcentagem de açúcar em sua composição. São eles: bebidas açucaradas, biscoitos, bolos e misturas, achocolatados e produtos lácteos. A cada dois anos, essas metas serão monitoradas pelo Ministério da Saúde.
A notícia é considerada uma vitória para quem atua neste segmento. Desde 2007, havia uma série de acordos firmados com a indústria com o objetivo de tornar os alimentos mais saudáveis e portanto menos nocivos para a saúde. Este é o primeiro com foco na redução do açúcar. Segundo noticiou a EBC, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), afirma que o primeiro pacto firmado dizia respeito a redução de gordura trans, e, depois, do sal.
“Vamos movimentar toda a indústria para que se reduza, dentro do maior nível possível, os índices de açúcar nos alimentos. Fizemos isso com o sódio e vamos fazer com os açúcares. É um compromisso assinado agora, mas é movimento que vem sendo feito nos últimos anos sob demanda do próprio consumidor”.
Especialistas em nutrição avaliam o acordo com ressalvas. Em entrevista ao Estadão, Ana Paula Bortoletto, líder do Programa de Alimentação Saudável do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
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