No livro, o educador traz reflexões sob a forma de crônicas sobre Currículo e também sobre a Base Nacional Comum Curricular
A obra "Reconfigurar a escola, transformar a educação" foi publicada pela editora Cortez. O lançamento aconteceu nesta segunda-feira, 20, em Brasília, durante a Bienal do Livro.
Utilizado como base para que escolas públicas e privados da educação infantil ao ensino médio desenvolvam seus planos de ensino, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é tema do novo livro do educador português José Pacheco, criador da Escola da Ponte, em Portugual, referência mundial em educação. A obra “Reconfigurar a escola, transformar a educação” foi publicada pela editora Cortez. O lançamento aconteceu nesta segunda-feira, 20, em Brasília, durante a Bienal do Livro.
Nesta obra, o educador português José Pacheco traz ao leitor algumas reflexões sob a forma de crônicas sobre Currículo e também sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Um olhar crítico e perscrutador de um dos mais importantes pensadores atuais da Educação.
O livro surgiu após uma pesquisa profunda que Pacheco realizou sobre a BNCC, em relação aos objetivos de aprendizagem que cada escola deve atender.
“Estamos diante de muitos equívocos, e o maior deles é pensar que a educação integral é possível em uma escola do século XIX. Não é. Essa velha escola é excludente”, afirmou José Pacheco em entrevista ao Lunetas, em setembro de 2017. “Em uma escola que tem sala de aula, aluno, provas, tudo isso, não se pode fazer educação integral. Quando eu digo que não tem aluno em uma escola, me refiro ao aluno como objeto de aprendizagem, e eu não quero isso; o que quero é estar com sujeitos de aprendizagem”, avalia.
“As pessoas confundem escola com edifício, mas a escola são as pessoas”
O lançamento da obra faz parte do Manifesto Brasiliense pela Educação do Distrito Federal. A iniciativa convoca o poder público, a universidade, as escolas, os professores, os estudantes e a sociedade como um todo para atuar coletivamente nas transformações no sistema educacional, a partir da criação de espaços de aprendizagem mais humanizados.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) diz que “a educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Porém, mais de vinte anos decorridos, o Brasil vive uma crise educacional e ética sem precedentes, num autêntico genocídio educacional.
Leia aqui o Manifesto Brasiliense na íntegra.
Para Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a implementação da Base também é desafiadora. Ele afirma que o texto aprovado tem problemas tanto no processo de elaboração quanto na qualidade. “Nos próximos passos, o grande debate é saber se a base vai ser implementada ou não. A realidade é que o sistema de ensino no Brasil tem pouca receptividade a mudanças verticais.”
Na avaliação de Cara, para que o Brasil tivesse de fato uma base que chegasse nas escolas sem problemas de legitimação, seria preciso que o processo fosse qualitativamente muito diferente. “A ideia de ser um currículo significativo, que oriente a formação dos professores, que sirva como um instrumento de direito a educação, acho que isso a base já não consegue mais responder.”
Leia aqui o texto na íntegra.
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