Porta-voz mundial da luta pela educação, a paquistanesa Malala Yousafzai teve sua biografia transformada em livro, e a publicação acaba de ganhar uma versão em braile. O projeto é da Fundação Dorina Nowill, com o objetivo de tornar acessível a história da ativista, que esteve recentemente no Brasil em evento no Auditório Ibirapuera.

Em 2012, aos 15 anos, Malala sofreu um atentado em seu país por insistir em estudar – as meninas são proibidas de ir à escola no Paquistão – e falar sobre sua realidade em um blog. Depois de se recuperar do tiro que a atingiu na cabeça, Malala passou a rodar o mundo promovendo a importância do acesso à educação. Aos 17 anos, foi a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz por sua luta pela inclusão.

A “Rede de Livros e Leitura Inclusiva”, iniciativa da Fundação Dorina Nowill para Cegos, conta com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), instituída pelo Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) do Ministério da Cultura, e tem como objetivo promover ações de leitura inclusiva para que pessoas com deficiência visual disponham de oportunidades diversificadas de acesso ao livro e à leitura.

Com 360 páginas na versão original, a publicação acessível será lançada em fragmentos, pois para cada página de texto em tinta tradicional, são necessárias cinco em braile. Por isso, a obra teve de ser dividida em oito partes.

“Eu sou Malala” integra uma seleção de 70 obras que estão sendo adaptadas e serão distribuídas gratuitamente.  A partir de novembro, o livro e outros 69 títulos em braile e áudio estarão disponíveis para download para mais de 3,7 mil pessoas com deficiência visual e mais de 1,1 mil instituições cadastradas na Dorinateca, a biblioteca online da Fundação Dorina Nowill para Cegos, além da distribuição gratuita da versão física para 500 bibliotecas parceiras, distribuídas pelas cinco regiões do Brasil.