Livros que retratam as muitas maternidades que existem para ler com as crias
Celebrar a relação entre mães e filhos é o mote de muitos livros infantis incríveis. Nesta lista, algumas dessas histórias que retratam as muitas maternidades que existe, misturando humor, emoção, fantasia e afeto.
Como definir a maternidade? Como transformá-la em uma história de ficção? Nesta lista abaixo, nosso parceiro A Taba apresenta 15 livros que celebram a relação de mães e filhos, perfeitos para serem lidos no aconchego do colo.
As resenhas foram feitas pela especialista em literatura infantil Denise Guilherme, e os títulos foram divididos de acordo com o perfil de leitura da criança – bebês, leitor iniciante, autônomo e experiente:
As palavras ganham algumas combinações autônomas e engraçadas quando Kif Kif tenta recordar o que sua mãe já lhe disse cem vezes. O que ele, geralmente, se lembra são de ordens que todas as mães dão aos filhos: amarrar os sapatos, desligar a televisão, guardar os brinquedos etc. Mas nenhuma delas chegou ao número cem. E nenhuma delas evocou uma carícia. Antes de lembrar algumas dessas ordens, as palavras o fazem pensar em “amarre o macarrão no prato” ou “desligue os óculos do bicho-papão”. O texto de Gabriela Keselman é divertido, curto, rimado e poético. As ilustrações coloridas e ternas de Claudia Ranucci aproveitam-se dos trocadilhos das palavras para criarem imagens também poéticas. O projeto gráfico como se seguisse o dependurar-se do bicho-preguiça, nos surpreende com algumas páginas duplas a serem lidas no sentido vertical e com os destaques e movimentos das palavras.
Que mistérios passam a habitar o coração de uma mulher quando ela torna-se mãe? Nesse livro sensível e delicado, a escritora portuguesa Isabel Minhós descreve o coração de mãe como um lugar mágico, cheio de acontecimentos, ligado ao coração de cada um de seus filhos por um fio quase invisível. Com palavras poéticas, ela mostra que o que acontece ao filho, dá novas formas ao espaço íntimo da mãe. As ilustrações de Bernardo Carvalho, que desenham o coração de mãe como sendo a mulher inteira, mostram que, quando trata-se de maternidade, os sentimentos não têm limites.
Com frases curtas e ilustrações que remetem aos desenhos infantis, Todd Parr mostra que existem diferentes tipos de mãe. Perfeito para ler e brincar com os pequenos, tentando descobrir e imaginar em qual dos tipos de maternidade cada um se identifica.
Pato, Carneiro, Cão, Cavalo e Gato: todos querem ajudar o pequeno Porcolino a encontrar a sua mamãe. Onde ela estará? Retomando o sentimento de perda experimentado pelos crianças, sempre que a mamãe se ausenta, Margaret Wild criou uma história perfeita para ser lida e apreciada especialmente pelos mais pequenos.
Quando a mãe da menina vai embora, é preciso encontrar explicações para lidar com uma ausência tão grande. Neste livro, a premiada autora suíça Brigitte Schär, apresenta aos jovens leitores a separação dos pais sob o ponto de vista infantil. Com um texto poético e belíssimas imagens, a obra explora o tema da solidão e do tamanho dos grandes vazios que ficam quando alguém a quem amamos decide partir.
O leitor de Algum dia, com certeza, se emociona. Emociona porque em seu texto simples e singelo, toda mãe ou filho reconhecem alguma fase da vida deles. A narrativa traz o nascimento de um filho, os sonhos de uma mãe que quer uma vida plena ao seu filho, o nascimento dos netos até a morte. Com ilustrações suaves, a história se completa, fazendo o leitor refletir sobre sua própria vida.
Já imaginou ter uma mãe que voa de vassouras, usa roupas de bruxa e adora fazer maionese de minhocas? Para algumas pessoas, isto pode ser um enorme problema, mas para os filhos desta mãe feiticeira, seu jeito divertido e encantador são pura diversão. Nesta obra, Babete Cole trata com humor as singularidades, mostrando que ser um problema é, na verdade, o que torna cada pessoa única e especial.
Brincar de teatro pode ser uma ótima oportunidade de experimentar novos comportamentos por meio da construção de diferentes personagens. Foi assim na casa desta família que resolve brincar de teatro. E tudo fica muito divertido até o momento em que mamãe se transforma em um terrível lobo. E agora? Ela comerá a pequena Chapeuzinho Vermelho?
A capa, ilustrada por um garoto solitário, cercado por um fundo branco e sem ninguém, já demonstra ao leitor que há algo que falta nesta história. De pé, do ponto, entre um bonde e outro, uma criança espera por sua mãe. Embora pergunte a todos que encontra onde ela estará, ninguém parece interessado em ajudar o menino. Ao leitor, resta apenas tornar-se cúmplice desta narrativa, fazendo companhia ao garoto. E, de página em página, experimentar o vazio e a expectativa para – junto com o menino, surpreender-se com o final reservado para esta história comovente.
Tudo estava muito tranquilo naquela família, até a chegada de Levi – um lobo que vem morar a mãe de um menino, acostumado a ser o rei da casa. Entre ciúme e curiosidade, os dois vão construindo uma relação divertida , permeada pelo afeto e sensibilidade de uma mãe paciente e sempre muito amorosa.
Joanna, autora e ilustradora inglesa, dedicou boa parte de sua vida à animação infantil. Só depois do nascimento do seu terceiro filho, começou a escrever para crianças. Nesta obra, narra a relação de uma mãe com seus dois filhos. A casa da família estava muito bagunçada, e um telefonema inesperado informou que teriam visitas para o lanche da tarde. Para deixar tudo pronto, a mãe teve de fazer muitas coisas, as crianças não colaboraram e, conforme foi passando o tempo, a mãe foi se transformando e virou um monstro. As ilustrações complementam essa engraçada história com os detalhes da transformação.
Mamãe Cabra tem muito medo de que algo aconteça com seus filhotes. E por isso, está sempre perto deles, protegendo-os e vigiando-os. Brincando com o famoso conto dos sete cabritinhos, a autora promove uma reflexão sobre os dilemas existentes entre zelar e amparar, entre estar sempre presente e deixar espaço para que o outro possa crescer. Muitas mães certamente irão se identificar com esta história ilustrada com belíssimas pinturas, que buscam expressar parte das inquietações de quem experimenta a maternidade em um mundo em que os perigos parecem muito maiores do que um lobo faminto.
Quando sua mãe é a chuva, tão necessária ao mundo e à vida na terra, é preciso aprender a partilhá-la. Mas, como dividir a quem mais se ama? No primeiro livro infantil do escritor português José Luís Peixoto, o leitor se depara com um texto poético, repleto de metáforas sobre a maternidade que encantam e comovem.
A leitura de “Minha Mãe, a Elefanta”, escrita por Rita Espeschit e ilustrada com os desenhos inconfundíveis de Ricardo Azevedo, desperta na criança a ideia de que ler é desvendar mistérios, construir sentidos, brincar de pensar. Um menino pequeno, tímido, conta a história. Antes de mais nada, é preciso esclarecer algumas coisas: não tenho quatro patas, não uso tromba para tomar refrigerante e nem ao menos sou muito gordo. Sou um menino comum, até magrinho, igual a qualquer outro. Só que moro ao lado de um shopping e tenho uma mãe que é elefanta. Construída a partir de vários símbolos, a narrativa sensibiliza. O menino revela em cada frase sua dificuldade de relacionamento com a mãe. Porém, um dia, um fato transforma essa relação em um forte e demorado abraço.
Regina Machado reúne e apresenta dezesseis contos de várias tradições orais com protagonistas femininas. Essas histórias revelam o modo sensível, intuitivo e fecundo com que elas vivem as situações que, no nosso imaginário, são atribuídas a príncipes e heróis.
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