Na infância, tudo pode acontecer e basta uma pergunta para surgirem universos inteiros. A imaginação não tem limites: ela cura feridas, ressuscita plantas, faz surgir lasanhas infinitas e até acaba com as doenças do mundo todo. Foi esse poder criativo que apareceu quando Lunetas perguntou para crianças de várias idades o que elas fariam se fossem mágicas.
Gianni Rodari lembra, em “Gramática da fantasia”, que imaginar pode começar com uma pergunta: “e se…?”. Ele escreve: “não se trata de ser nonsense. Estamos usando a fantasia para estabelecer uma relação ativa com a realidade”. Isso serve para crianças e também para adultos.
‘Se você fosse mágico, que mágica faria?’
Perguntamos a crianças de três a 11 anos: se a varinha estivesse na sua mão, que mágica você faria? As respostas vieram ligeiras e brilhantes: curar dodói, acordar plantinha, teletransportar até a casa da avó, construir trepa-trepa de gelo, acabar com a fome e com as doenças. A seguir, um passeio por esse mapa de desejos que começa no bolso do casaco e termina do tamanho do mundo.
Isabelle – 10 anos
Vicente – 3 anos
Samuel – 10 anos
Rebeca – 8 anos
Gabriela – 6 anos
Helena – 10 anos
Mariana – 5 anos
Laura – 5 anos
Maria Eduarda – 11 anos
Cecília – 5 anos
Mariana – 8 anos
Vívian Vitória – 10 anos
Chloe – 6 anos
Luísa – 8 anos
Anna – 9 anos
Francisco – 8 anos
E se a mágica acontecesse em casa?
Quando a gente escuta e provoca a imaginação, a criança treina solução de problemas, empatia e linguagem — e faz tudo isso brincando.
Em casa, dá para continuar a mágica: escolha um objeto-varinha, faça a rodada do “e se…?”, desenhe a cena, invente um “experimento” (um curativo de faz de conta, uma lasanha de papel, um trepa-trepa de almofadas) e converse sobre quem essa mágica ajudaria. Toda vez que um adulto entra na brincadeira, a imaginação ganha fôlego — e o mundo, mais cuidado.
Leia mais
Jornalista, professor e escritor de livros infantojuvenis, o italiano Gianni Rodari é conhecido como o pai da fantasia. Suas histórias irreverentes encorajam as crianças a questionarem a autoridade e a pensarem por si mesmas. Em “Gramática da fantasia”, a partir de sua experiência como professor e de seu convívio com crianças, Rodari analisa variadas técnicas de invenção e sugere instrumentos para quem acredita e valoriza a criatividade infantil.