Durante todo o mês de abril, será trabalhado em todo o país o “Abril Marrom”, mês de sensibilização sobre a realidade de pessoas cegas ou com deficiência visual. A data é um esforço de diversas entidades médicas, centros hospitalares para minimizar os efeitos provocados pela perda da visão.
Quando o assunto é infância, é preciso considerar que práticas de inclusão passam por um entendimento pleno do contexto da criança com deficiência, mas não podem, em hipótese alguma, desconsiderar que a criança jamais deve ser esvaziada de sua principal característica: a ludicidade.
Por isso, levar em conta as limitações dessas crianças na hora de planejar as brincadeiras dos pequenos é fundamental. Por ocasião da Semana Mundial do Brincar de 2017, a Fundação Dorina Nowill listou algumas dicas simples mas cruciais para incluir crianças com necessidades específicas.
Dicas para desenvolver o brincar
Uma das pedagogas da instituição, a profissional Edni Fernandes Silva, tem algumas dicas de como brincar e estimular a brincadeira com as crianças que têm deficiência visual, garantindo um melhor desenvolvimento dos pequenos.
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1. Reconhecimento do outro:
Use toques e voz suaves ao se comunicar com a criança que tem deficiência visual, aproximando sua face do rosto dele para que ela possa percebê-lo e tocá-lo.
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2. Conhecendo o próprio corpo
Auxilie a criança a conhecer o próprio corpo com toques enquanto nomeia cada parte tocada.
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3. Descobrindo os sonhos
Incentive que a criança siga em direção ao som de brinquedos ou da sua voz. É interessante ter brinquedos que emitam sons, como chocalhos, bolas e pelúcias com guizos.
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4. Investindo na sociabilidade
Brinque com a criança com deficiência visual e incentive que outras pessoas também brinquem e interajam com ela. Assim, ela se tornará mais sociável e receptiva, facilitando os relacionamentos interpessoais.
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5. Imitando sons
Imite os sons que seu bebê faz e crie estímulos para que ele possa imitá-lo. Isso auxiliará na comunicação.
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6. Curiosidade sensorial
Se o bebê ainda não senta, coloque-o de lado para manusear o brinquedo. Invista em brinquedos com texturas diferenciadas, para estimular o tato e a percepção de diferentes objetos.
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7. Jogo de orientação
Dê objetos à criança nomeando-os e relacionando às possíveis ações que poderão ser feitas com este item. Exemplo: “A bola. Pegue a bola. Chute a bola. Jogue a bola para cima”.
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8. Conhecendo texturas e formatos
Procure usar brinquedos contrastantes, coloridos, luminosos, de diversas texturas e tamanhos.
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9. Explorando a curiosidade tátil
Propiciar momentos em que a criança manipule e crie espontaneamente jogos a partir da exploração de objetos concretos.
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10. Brincadeiras com miniatura de objetos
Elas possibilitam que a criança tenha uma melhor compreensão de objetos muito grandes ou impossíveis de serem alcançados (casinha com telhado, elefante, caminhão, avião, fogão, geladeira, entre outros).
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11. Brincando com as mãos
Vale incentivar brincadeiras infantis com o uso das mãos, como dedo mindinho, seu vizinho; passa anel.
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12. Jogos com bola
Se não for possível ter uma bola com guizo, envolva a bola com saco plástico, assim ela fará barulho enquanto se desloca.
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13. Salte para o alto
Com a criança agachada, segure em suas mãos e peça para ela se levantar ”bem forte e bem alto”, ajudando com um leve “puxão“ para cima.
Brincadeiras para fazer com crianças com deficiência visual
- Brincadeiras de roda: Cantigas, parlendas, rimas;
- Meu mestre mandou: Como sugestão, trabalhar o esquema corporal com as crianças, solicitando que coloquem as mãos na cabeça, joelhos, pescoço, cotovelo, barriga, pés, mãos, etc;
- O que é, o que é?: Brincar de adivinhação utilizando as mãos para descobrir a textura e formato dos objetos. Materiais como embalagens de xampu, escova de dentes, talheres (colher e garfo), chaves, caneta/ lápis, frutas, etc;
- Vai e vem: Brincar alternando a criança de lugar é um estímulo à coordenação visuomotora;
- Fantoches/Dedoches: Esses brinquedos estimulam a imaginação, linguagem e o pensamento, além de favorecerem a comunicação e expressão de sentimentos e emoções;
- Blocos de construção: Brincar com blocos favorecem o desenvolvimento da atenção e concentração, associação de formatos e tamanhos, desenvolvimento de movimentos amplos e finos, coordenação visual e motora e noções de equilíbrio. Esses brinquedos também propiciam à criança a satisfação de inventar, construir, desconstruir e transformar, estimulando a criatividade;
- Massa de modelar: Estimula o desenvolvimento da coordenação motora fina e a criatividade;
- Jogo da velha adaptado: Permite interação com quem não tem deficiência visual;
- Jogo da memória tátil: Utiliza a percepção tátil e a memória para reunir o maior número de peças.
Outros jogos fáceis de fazer
- Jogo de argolas: Estimula a percepção visuomotora, a identificação de cores para as crianças com baixa visão e a relação número e quantidade. Confecção: Colocar uma porção de areia no fundo de 10 garrafas descartáveis. Cortar tiras de papel crepom colorido e colocar uma cor em cada garrafa. Recortar números de 1 a 10 em papel preto ou fita adesiva preta e fixar cada número em uma garrafa. As argolas podem ser confeccionadas com tampas de plástico ou anéis de fitas adesivas que encaixem nas garrafas.
- Jogo de boliche: Estimula a percepção visuomotora, a identificação de cores e a relação número x quantidade. Confecção: Colocar uma porção de areia no fundo de 10 garrafas descartáveis. Cortar tiras de papel crepom colorido e colocar em cada garrafa uma cor. Recortar números de 1 a 10 em papel preto ou fita adesiva preta e fixar cada número em uma garrafa. As bolas podem ser confeccionadas com meias velhas. E podem ter guizos em seu interior.
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