Com registro aprovado nesta quinta-feira (2), a vacina da dengue “Qdenga” é destinada para crianças a partir de 4 anos, adolescentes e adultos com até 60 anos de idade, que tenham ou não contraído a doença.
A notícia da primeira vacina também voltada para quem nunca teve a doença coincide com o período de maior transmissão e surtos de dengue, porque o verão favorece a proliferação do aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus, em ambientes quentes e úmidos, como informa o Ministério da Saúde.
Enquanto não há previsão de inclusão do imunizante “Qdenga” no Sistema Único de Saúde (SUS) – e serviços privados esperam que a comercialização da vacina esteja disponível a partir do segundo semestre de 2023 -, a infectologista Luana Araújo reforça em suas redes sociais que a vacina não substitui a necessidade de controle do ambiente, já que o Aedes aegypti também transmite outras doenças, como chikungunya, zika e febre amarela urbana.
Quais as diferenças entre as vacinas da dengue?
A Qdenga (TAK-003) é indicada para a prevenção de dengue causada por qualquer sorotipo do vírus e pode ser aplicada em quem teve ou não teve a doença, com eficácia geral de 80,2%. Foram realizados 18 estudos clínicos com cerca de 27 mil participantes de regiões endêmicas e não endêmicas de dengue, cobrindo uma faixa etária de 1,5 a 60 anos.
A aplicação é realizada via subcutânea e em duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. É uma vacina de vírus atenuado (aquela em que o vírus encontra-se ativo, porém, sem capacidade de produzir a doença) e é contraindicada para gestantes, lactantes, pessoas com hipersensibilidade às substâncias da fórmula e indivíduos com deficiência congênita ou adquirida. Também não é recomendada a aplicação em indivíduos imunodeprimidos, que tenham realizado procedimentos como quimioterapia nas quatro semanas antes da vacinação.
E a Dengvaxia?
Aprovada em 2015, a Dengvaxia foi a primeira vacina contra a dengue e também protege contra os quatro sorotipos da doença, porém é voltada para pessoas entre nove a 45 anos de idade que já tiveram contato prévio com a doença. A imunização acontece em três doses, administradas em intervalos de seis meses. Por também ser uma vacina de vírus atenuado, é contraindicada para gestantes, lactantes e pessoas imunodeprimidas, além de indivíduos alérgicos aos componentes da vacina. Ela está disponível na rede privada de saúde.
Em fases finais de teste, o Instituto Butantan está desenvolvendo uma vacina contra a dengue chamada “Butantan-DV”. Dados preliminares encaminhados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2022 indicam que o imunizante é seguro e tem eficácia de 79,6%.
* Com informações de Ministério da Saúde (1) (2) e Agência Fapesp
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Em 2022, foram registrados 1.450.270 casos prováveis de dengue, segundo o boletim epidemiológico mais recente do Ministério da Saúde. Destes, 18.145 casos tiveram sinais de alarme; 1.473 foram graves; e 1.016 levaram a óbito – o maior número anual de mortes pela doença registrado no país.