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Tempo de tela: uso excessivo pode atrasar o desenvolvimento

Uma menina branca olha para a tela de um telefone celular que segura em mãos. A imagem ilustra uma matéria sobre tempo de tela.

“Em um dia normal, quantas horas você permite que seus filhos assistam TV, DVDs, videogames, jogos na internet etc.?”. Pesquisadores das universidades Hamamatsu e Tohoku, no Japão, fizeram essa pergunta aos pais de 7.097 crianças com 1 ano de vida. O que levou à seguinte conclusão: mais de quatro horas diárias de tela para bebês pode ter relação com atrasos futuros no desenvolvimento da comunicação e na resolução de problemas, entre 2 e 4 anos de idade.

Para avaliar o atraso no desenvolvimento geral das crianças, os pesquisadores perguntaram aos pais de crianças de 2 e 4 anos questões que envolviam:

Contudo, os pesquisadores não confirmaram se o tempo de tela está ligado a atrasos no desenvolvimento de habilidades pessoais e sociais. Isso porque não houve separação entre o tempo de tela educacional e outros tipos de uso de telas, o que pode levar a inconsistências. O estudo foi publicado na revista JAMA Pediatrics.

“Do ponto de vista do desenvolvimento, o excesso de telas pode gerar distúrbios de sono, cognitivos e de atenção, depressão, estresse e ansiedade, entre outros.” É o que diz Maria Mello, coordenadora do programa “Criança e Consumo”, do Instituto Alana. Segundo ela, cada pessoa pode ter uma experiência diferente com as telas. Portanto, é diferente se o uso é “para se comunicar com um familiar ou para assistir a um conteúdo educativo, por exemplo, ou se é uma rede social que é feita para prender a atenção e direcionar conteúdos com propósitos de exploração comercial, ou sensacionalistas”.

Quais são as principais recomendações para crianças?

Entre as principais orientações do Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria, destacam-se:

Como lembra Bebel Barros, pesquisadora do programa “Criança e Natureza”, do Instituto Alana, são cidades “seguras, mais verdes e bem cuidadas” que podem dar às crianças “oportunidades para encontros, interações, brincadeiras, movimentos e vínculos”.

Quais outros desafios envolvem o uso de telas?

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), existem quatro tipos de riscos que crianças enfrentam no ambiente digital:

“Há diferença entre a tela de um celular, em que a criança fica sozinha durante a experiência, e uma tela maior, em que um adulto pode acompanhar o que ela está assistindo”, afirma Mello. Por isso, segundo a SBP, além do controle do tempo de tela, são cada vez mais importantes ações de alfabetização midiática e mediação parental. Nesse sentido, se pode comunicar a pais e cuidadores a respeito do “uso ético, seguro, saudável e educativo da internet”.

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