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Combate ao racismo: projetos antirracistas criados por estudantes

Projetos antirracistas: foto de um menino sorrindo que mostra as duas mãos coloridas com tinta cada dedo com uma cor.

São alunos do ensino fundamental e médio que nos ensinam a lição de como valorizar a história e a cultura negra. Os 10 projetos antirracistas que apresentamos a seguir foram criados por eles e receberam destaque na última edição do Desafio Criativos da Escola

O que os projetos têm em comum é a proposta de combater o racismo e contribuir com ações antirracistas na prática, dentro e fora da escola. A inspiração vale para todo o ano letivo, mas é também uma boa oportunidade de debater sobre o Dia Nacional da Consciência Negra.

Dia Nacional da Consciência Negra

arcado pela morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra contra a escravidão, o Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro) ressalta a importância da luta contra a discriminação racial e, também, da reflexão sobre os lugares ocupados pelas pessoas negras em nossa sociedade.

Projetos antirracistas criados por alunos

Criado por um grupo de estudantes de Milagres (CE), o projeto busca discutir o genocídio da população negra e exaltar a cultura afro-brasileira. Após refletirem sobre o aumento crescente da violência e do racismo contra o jovem negro e a mulher negra no Brasil, durante as aulas de Formação para a Cidadania, eles se dedicaram a desenvolver um questionário para compreender a diversidade étnica na escola e conhecer quem eram os estudantes negros da instituição.

Na sequência, promoveram o seminário “Vidas Negras Importam!”, a oficina de direitos humanos “Todos os mortos eram bandidos: genocídio ou extermínio do povo negro no Brasil?”, e o café filosófico “Somos muitos, somos milhões, somos aqueles silenciados: o que é cidadania negra no Brasil?”. A iniciativa ajudou os alunos negros a assumirem suas identidades, reconhecendo-se e admirando-se. A escola passou a incluir conteúdos sobre a História da Cultura Afro-brasileira e Africana em todas as disciplinas, conforme determina a Lei Federal 10.639/2003. O projeto recebeu menção honrosa na quinta edição do Desafio Criativos da Escola.

Depois de presenciarem casos de racismo com uma colega na escola na periferia de Porto Alegre (RS). As estudantes se reuniram com o professor para conversar sobre a importância de exaltar sua negritude e combater as inúmeras “brincadeiras” racistas que vivenciavam. O coletivo realizou debates e trocas de experiências que visavam à valorização da estética do cabelo crespo e da cor da pele para resgatar a identidade afro-brasileira e o poder do feminino, além de celebrar a ancestralidade negra. Também ofereceu oficinas, como a de dança afro, criaram uma biblioteca comunitária e afrocentrada por meio da arrecadação de livros sobre a negritude, e vão gravar um documentário sobre o projeto.

Para valorizar a literatura afro-brasileira, além de destacar temáticas como racismo, empoderamento, estética negra e representatividade dos afrodescendentes em cargos relevantes, grupo de estudantes de Natal (RN) realizou intervenções literárias nas caixas de correio do bairro da escola, em uma clínica médica e em um condomínio. Em paralelo, promoveu exposições sobre a vida e a obra de escritoras negras como Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Ryane Leão e Drika Duarte.

Incomodados com a falta de notícias sobre a realidade do Quilombo de Opalma, estudantes do município de Cachoeira (BA) criaram uma ferramenta on-line para mudar essa situação e compartilhar acontecimentos da região com a população. 

Com o objetivo de combater a violência e propagar o amor no território em que vivem, estudantes de São Bernardo do Campo (SP) realizaram atividades de contação de histórias em creches e oficinas de bonecas negras Abayomi para abordar a diversidade racial e a importância do respeito. 

Ao perceberem o desconforto de crianças negras com o seu cabelo, alunos da cidade de Porto Alegre (RS) passaram a refletir sobre a intolerância, o preconceito e o racismo. Para mudar este cenário, eles decidiram promover criar um projeto antirracista, com oficinas, formações e palestras sobre educação antirracista na escola.

A observação de que a autodeclaração da raça dos moradores da cidade não correspondia aos números oficiais – apesar de ser maioria, a população negra era tida como a menor parcela dos habitantes -, alunas de Cascavel (CE) criaram projeto para fortalecer a identidade e a cultura negra a partir de debates sobre a questão racial na comunidade quilombola da BICA e oficinas para resgatar a cultura local.

Depois de uma série de debates sobre racismo estrutural e as desigualdades de gênero na escola, estudantes da cidade do Rio de Janeiro (RJ) criaram iniciativa em que registram o dia a dia das mulheres negras da escola, por meio de processos artísticos audiovisuais.

Estudantes de São Vicente Ferrer (MA) criaram uma companhia de teatro que retrata a cultura quilombola, suas vivências e histórias, além de despertar o protagonismo, nutrir o sentimento de pertencimento e fortalecer a identidade dos alunos.

Alunas do Rio de Janeiro (RJ) criaram espetáculo teatral que retrata a questão do preconceito racial sob a perspectiva das cotas raciais. A peça apresenta o racismo velado vivenciado no dia a dia pelos estudantes dentro e fora do ambiente escolar.

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