São alunos do ensino fundamental e médio que nos ensinam a lição de como valorizar a história e a cultura negra. Os 10 projetos antirracistas que apresentamos a seguir foram criados por eles e receberam destaque na última edição do Desafio Criativos da Escola.
O que os projetos têm em comum é a proposta de combater o racismo e contribuir com ações antirracistas na prática, dentro e fora da escola. A inspiração vale para todo o ano letivo, mas é também uma boa oportunidade de debater sobre o Dia Nacional da Consciência Negra.
Projetos antirracistas criados por alunos
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1. Juventude negra: movendo estruturas
Criado por um grupo de estudantes de Milagres (CE), o projeto busca discutir o genocídio da população negra e exaltar a cultura afro-brasileira. Após refletirem sobre o aumento crescente da violência e do racismo contra o jovem negro e a mulher negra no Brasil, durante as aulas de Formação para a Cidadania, eles se dedicaram a desenvolver um questionário para compreender a diversidade étnica na escola e conhecer quem eram os estudantes negros da instituição.
Na sequência, promoveram o seminário “Vidas Negras Importam!”, a oficina de direitos humanos “Todos os mortos eram bandidos: genocídio ou extermínio do povo negro no Brasil?”, e o café filosófico “Somos muitos, somos milhões, somos aqueles silenciados: o que é cidadania negra no Brasil?”. A iniciativa ajudou os alunos negros a assumirem suas identidades, reconhecendo-se e admirando-se. A escola passou a incluir conteúdos sobre a História da Cultura Afro-brasileira e Africana em todas as disciplinas, conforme determina a Lei Federal 10.639/2003. O projeto recebeu menção honrosa na quinta edição do Desafio Criativos da Escola.
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2. Movimento meninas crespas
Depois de presenciarem casos de racismo com uma colega na escola na periferia de Porto Alegre (RS). As estudantes se reuniram com o professor para conversar sobre a importância de exaltar sua negritude e combater as inúmeras “brincadeiras” racistas que vivenciavam. O coletivo realizou debates e trocas de experiências que visavam à valorização da estética do cabelo crespo e da cor da pele para resgatar a identidade afro-brasileira e o poder do feminino, além de celebrar a ancestralidade negra. Também ofereceu oficinas, como a de dança afro, criaram uma biblioteca comunitária e afrocentrada por meio da arrecadação de livros sobre a negritude, e vão gravar um documentário sobre o projeto.
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3. Literatura afro-brasileira: (re)descobrindo nossa identidade
Para valorizar a literatura afro-brasileira, além de destacar temáticas como racismo, empoderamento, estética negra e representatividade dos afrodescendentes em cargos relevantes, grupo de estudantes de Natal (RN) realizou intervenções literárias nas caixas de correio do bairro da escola, em uma clínica médica e em um condomínio. Em paralelo, promoveu exposições sobre a vida e a obra de escritoras negras como Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Ryane Leão e Drika Duarte.
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4. Comunidade quilombola de Opalma em pauta
Incomodados com a falta de notícias sobre a realidade do Quilombo de Opalma, estudantes do município de Cachoeira (BA) criaram uma ferramenta on-line para mudar essa situação e compartilhar acontecimentos da região com a população.
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5. Mais amor, menos guerra
Com o objetivo de combater a violência e propagar o amor no território em que vivem, estudantes de São Bernardo do Campo (SP) realizaram atividades de contação de histórias em creches e oficinas de bonecas negras Abayomi para abordar a diversidade racial e a importância do respeito.
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6. Afroativos: solte o cabelo, prenda o preconceito
Ao perceberem o desconforto de crianças negras com o seu cabelo, alunos da cidade de Porto Alegre (RS) passaram a refletir sobre a intolerância, o preconceito e o racismo. Para mudar este cenário, eles decidiram promover criar um projeto antirracista, com oficinas, formações e palestras sobre educação antirracista na escola.
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7. Além dos genes: fortalecendo as culturas negras
A observação de que a autodeclaração da raça dos moradores da cidade não correspondia aos números oficiais – apesar de ser maioria, a população negra era tida como a menor parcela dos habitantes -, alunas de Cascavel (CE) criaram projeto para fortalecer a identidade e a cultura negra a partir de debates sobre a questão racial na comunidade quilombola da BICA e oficinas para resgatar a cultura local.
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8. Potere: o lugar da mulher negra no Colégio Pedro II
Depois de uma série de debates sobre racismo estrutural e as desigualdades de gênero na escola, estudantes da cidade do Rio de Janeiro (RJ) criaram iniciativa em que registram o dia a dia das mulheres negras da escola, por meio de processos artísticos audiovisuais.
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9. Sarilho: nossa história vira cena
Estudantes de São Vicente Ferrer (MA) criaram uma companhia de teatro que retrata a cultura quilombola, suas vivências e histórias, além de despertar o protagonismo, nutrir o sentimento de pertencimento e fortalecer a identidade dos alunos.
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10. Cota não é esmola: pret-o-conceito
Alunas do Rio de Janeiro (RJ) criaram espetáculo teatral que retrata a questão do preconceito racial sob a perspectiva das cotas raciais. A peça apresenta o racismo velado vivenciado no dia a dia pelos estudantes dentro e fora do ambiente escolar.
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Dia Nacional da Consciência Negra
arcado pela morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra contra a escravidão, o Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro) ressalta a importância da luta contra a discriminação racial e, também, da reflexão sobre os lugares ocupados pelas pessoas negras em nossa sociedade.