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Educadores criam materiais pedagógicos acessíveis na pandemia

Foto de uma criança deitada no chão brincando de jogo da memória

O portal Diversa lança três novos materiais pedagógicos acessíveis inéditos que exploram recursos de acessibilidade e de tecnologia para possibilitar a aprendizagem de estudantes com e sem deficiência. Idealizados e produzidos de forma remota por educadores, os materiais são articulados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e aos atributos do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), e são acompanhados por tutorial em texto para replicação. Os vídeos desses materiais são publicados, semanalmente, no canal do YouTube, Facebook e Instagram do Instituto Rodrigo Mendes.

Desde 2018, o Instituto Rodrigo Mendes realiza a formação “Materiais Pedagógicos Acessíveis”. Direcionada a educadores envolvidos no processo de escolarização de alunos da educação especial, o objetivo é apoiar a relação entre ensino e aprendizagem de estudantes com e sem deficiência, na sala de aula comum. O projeto já envolveu diretamente 127 educadores de escolas públicas do estado de São Paulo e impactou 1.376 estudantes. Participaram da edição de 2020, 35 educadores de três municípios paulistas – Nova Odessa, Peruíbe e Cruzeiro. Os grupos desenvolveram 11 MPAs de forma colaborativa.

Confira mais detalhes dos materiais pedagógicos acessíveis:

 

  • Jogo da memória

Objetivo: minimizar barreiras de comunicação e promover o aprendizado em Libras e Língua Portuguesa de forma colaborativa com diferentes categorias semânticas (animais, profissões e lugares de vivência) associadas a formas geométricas, para o período de atividades pedagógicas remotas e para as aulas presenciais. O jogo é composto por um painel em MDF, cartas plastificadas para as associações de figuras com os termos em português e os sinais em Libras, e um dado eletrônico. Para jogar, os estudantes devem acionar o dispositivo do dado e, considerando o símbolo que aparece, fazer a associação entre duas cartas do painel, além de seus respectivos sinais em Libras.

  • Corrida do desafio

Objetivo: incentivar o processo de escrita e leitura dos estudantes, por meio do uso de parlendas, canções, poemas e desafios reunidos em um jogo de tabuleiro. O tabuleiro com recursos de acessibilidade é inspirado em elementos presentes no entorno da unidade escolar, tem um farol de LED para marcação de tempo, áudios e um alfabeto móvel com imagens, braile e Libras. Para jogar, os estudantes devem acionar o dispositivo de áudio e ouvir as parlendas e canções. Depois, precisam montar a palavra solicitada para avançar casas.

  • Meu passeio animal

Objetivo: aumentar o interesse e o envolvimento dos estudantes aos conteúdos de Ciências, ampliando a comunicação oral e apropriação da escrita da Língua Portuguesa. O jogo de trilha é composto por um tabuleiro com sete obstáculos a serem percorridos até o habitat de cada animal feitos de biscuit, uma roleta, caixa de áudio construída e programada com gravações referentes aos sons emitidos pelos animais, curiosidades e desafios referentes ao animal sorteado, e outros materiais de apoio (fichas de respostas e alfabeto móvel). Para jogar, o estudante gira a roleta para sortear o caminho do animal doméstico ou silvestre. Depois, aciona o dispositivo da caixa de áudio e escuta o som do animal do grupo sorteado. Se acertar qual é, pega a miniatura, que funciona como pião, e continua o percurso. Os jogadores avançam conforme cumprem as propostas reproduzidas em áudio, que podem ser curiosidades sobre os bichos e/ou tarefas, como escrever o nome do animal.

Sobre a experiência da formação, as autoras participantes do projeto indicaram o uso das redes sociais pelas escolas como principal canal de comunicação neste período de isolamento. “Buscamos aproximar os alunos do estudo da Libras adaptando todos os conteúdos e compartilhando via rede social. Enviamos vídeos de contação de história, experiências, culinária, construção de brinquedos com material reciclável e vídeos instrucionais.”

“Por meio da observação da interação das crianças, foi possível perceber as potencialidades e fragilidades de cada um, de forma a direcionar os passos e promover avanços”, diz o depoimento. “A criação do MPA e as reflexões no processo formativo ampliaram nossa visão sobre a necessidade da elaboração de propostas pedagógicas inclusivas e acessíveis a todas e todos. Embora haja inúmeros entraves, podemos utilizar a tecnologia como aliada para possibilitar uma educação inclusiva.”

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