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Materiais educativos para falar de crise climática com crianças

Na foto, dois meninos olham para uma árvore em miniatura, mostrada por uma professora. A imagem possui uma intervenção de moldura na cor rosa.

A educação ambiental deverá estar no centro do ensino escolar até 2025. A solicitação foi feita pela Unesco após analisar, por meio do estudo “Aprender pelo nosso planeta”, os programas educativos e os currículos escolares de cerca de 50 países e constatar que mais da metade não faz qualquer referência às alterações climáticas e apenas 19% fala sobre biodiversidade.

O último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), comitê composto por centenas de cientistas do mundo inteiro com a missão de avaliar periodicamente as mudanças do clima, mostra que o mundo provavelmente atingirá ou excederá 1,5 °C de aquecimento nas próximas duas décadas – mais cedo do que em avaliações anteriores. Somente um pacto global com cortes ambiciosos nas emissões de CO2 permitirá manter o aumento da temperatura em 1,5°C, o limite que os cientistas dizem ser necessário para prevenir os piores impactos climáticos. Também estão previstos a elevação do nível dos mares e maior ocorrência de eventos extremos, como secas, inundações e incêndios florestais, por exemplo. Para reverter esse quadro, são necessárias transformações em setores como o de energia, alimentação e transportes.

Os materiais educativos a seguir ajudam a compreender a emergência climática que atravessamos, a perda da biodiversidade e demais desafios relacionados a um desenvolvimento sustentável ao relacionar a teoria com a realidade do aluno.

Conheça 8 materiais educativos sobre crise climática que podem ser grandes aliados em sala de aula:

Desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (Universidade de São Paulo), o site educativo “Mudanças climáticas e a sociedade” apresenta, para crianças e adolescentes, um panorama geral sobre o funcionamento do sistema terrestre, o que é o clima e os impactos da ação humana no meio ambiente. A proposta é fornecer conhecimento confiável e de qualidade, com base em pesquisas científicas, mas apostando em uma linguagem acessível e didática, acerca das questões ambientais e urgentes que o planeta enfrenta, bem como expandir a consciência coletiva, para que estudantes de todos os níveis da educação sejam capazes de atuar pelas questões ambientais. Os textos são acompanhados de ilustrações, mapas e gráficos. Como material adicional, estão disponíveis um ebook gratuito, que compila as principais informações, e um quiz, para testar os conhecimentos e fixar o aprendizado sobre clima no Brasil.

A plataforma Movimento circular, idealizada pela Atina Educação, é um espaço para informar sobre a economia circular – uma nova forma de pensar o lixo como recurso – e  refletir a respeito da nossa relação com temas como sustentabilidade, mobilizando cada um a entender seu papel nessa cadeia e estimular a criação de novos processos que dependam menos de recursos naturais e não renováveis. De forma didática, intuitiva e interdisciplinar, conteúdos interativos, acompanhados de links e materiais extras, explicam qual o impacto que a economia pode ter em determinado setor e quais são os benefícios de oferecer alternativas mais sustentáveis para o planeta. A plataforma também oferece sequências didáticas montadas por uma equipe pedagógica para serem usadas em corporações e salas de aula, em diversas etapas de ensino, com conteúdo teórico e metodologias ativas organizadas a partir dos conceitos explorar, investigar, solucionar e compartilhar. Todas elas informam a etapa de ensino contemplada, tempo previsto, componentes curriculares, materiais necessários e quais competências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são contemplados. Para engajar ainda mais os alunos, em 2020 foi lançado o Desafio Circular, cujo objetivo era criar projetos dentro do conceito de economia circular que fizessem sentido para sua comunidade. O projeto-piloto foi realizado com as ETECs (Escolas Técnicas Estaduais) do Centro Paula Souza, em São Paulo.

Lançado recentemente pelo Grupo de Trabalho em Gênero e Clima do Observatório do Clima, o infográfico “Por que gênero e clima?” reúne diversas fontes sobre o tema a partir de uma linguagem simples e acessível, com textos curtos e ilustrações. A ideia é que o infográfico se desdobre em outros materiais, como desenhos para colorir, por exemplo, de modo que possam ser utilizados por educadores com alunos de todas as idades.

Produzida pelo Greenpeace com narração do ator Wagner Moura, a animação “Tem um monstro na minha cozinha” conta a experiência de um menino que, ao ter sua cozinha invadida, descobre como a indústria da pecuária está, literalmente, devorando nossas florestas. A partir daí, ele repensa uma de suas escolhas: o consumo de carne.

Com a ajuda de Miguel e sua turma, o aluno é convidado a se aproximar da natureza e explorar o tema das mudanças climáticas. Neste sétimo volume da coleção “Meu ambiente”, da Fundação Grupo O Boticário, o clima é o tema central de atividades e brincadeiras. Para facilitar a compreensão do conteúdo, há os recursos “O que é, o que é?”, uma sinalização para se consultar o significado da palavra destacada no dicionário no final do livro; e “Você sabia?”, que apresenta, na própria página, informações complementares e contextualizações sobre o tema.

Neste material do site Nova Escola, há sugestões de como trabalhar as mudanças climáticas de forma interdisciplinar. Em Ciências, pode-se investigar como são obtidos os dados e como são feitas as pesquisas científicas; avaliar causas e consequências da crise do clima para os seres vivos e compreender como são interdependentes; e estudar as condições necessárias para que haja vida, a conservação do calor e o ciclo do carbono. Em Geografia, é possível trabalhar as relações diplomáticas entre os países e o papel da agricultura para o PIB; estudar as matrizes energéticas disponíveis e as vantagens e desvantagens de cada uma delas; e abordar as responsabilidades de indivíduos, empresas e entes federativos e diferenciar o que é causado por aquecimento global e o que tem a ver com a gestão. Já em Matemática, questões de massa, volume e área, assim como porcentagem e interpretação de gráficos podem pautar estudos sobre o derretimento de geleiras e aumento da temperatura. Após coletarem dados, os alunos podem organizá-los, interpretando e construindo gráficos com base nessas informações.

Este curso da Unesco sobre educação em mudança climática e desenvolvimento sustentável (EMCDS) é voltado à capacitação de professores secundários de diversas áreas (fundamental II e ensino médio), a fim de introduzir os temas em todo o currículo, e ajudar os alunos a tomarem consciência e compreenderem a crise do clima e os possíveis futuros com eventos climáticos extremos. Para isso, explora as abordagens de aprendizagem participativa exigidas pela educação para o desenvolvimento sustentável, e indica caminhos para levar o aprendizado para fora da sala de aula e para dentro da comunidade.

Neste guia escolar sobre ação climática, desenvolvido pela Unesco, o professor é orientado a criar uma sociedade mais saudável, mais justa e ambientalmente mais sustentável; capacitar crianças e jovens a fazer o mesmo; e tornar a escola mais amiga do clima. As diretrizes e exemplos foram baseados em uma pesquisa sobre projetos de ação climática em 55 escolas de 12 países, participantes do Projeto da Rede de Escolas Associadas à Unesco (ASPnet), além de se basear em exemplos e pesquisas publicados em revistas e jornais, livros, diretrizes nacionais e internacionais, quadros e sites do programa.

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