Uma das dificuldades desta quarentena imposta pela pandemia do coronavírus é a falta de contato das crianças e a natureza. Como manter a qualidade de vida dos pequenos entre quatro paredes, quando sabemos a importância da convivência em sociedade e da proximidade com o mundo lá fora?
A partir dessa preocupação com as limitações impostas pelo isolamento domiciliar, o programa Criança e Natureza – que visa garantir que as crianças cresçam e se desenvolvam em contato com a natureza – lançou uma série de conteúdos para apoiar famílias, educadores e agentes de saúde a proporcionar a conexão das crianças com a natureza nesta quarentena.
São dicas práticas, recursos, reportagens, artigos, pesquisas e até sugestões de cursos e formações elaborados pelo programa e também outras iniciativas nacionais e internacionais. O material completo pode ser acessado aqui. A página é colaborativa e está aberta para sugestões de novos conteúdos.
Para ajudar, o Lunetas selecionou algumas recomendações do Criança e Natureza para famílias e educadores para aproximarem crianças e natureza na quarentena – esse contexto tão novo para todos nós.
Como famílias podem aproximar as crianças da natureza?
A quarentena pode oferecer algo raro e precioso: tempo livre para que as crianças olhem para dentro de si, reconheçam o que as move e brinquem sozinhas. Algumas dicas práticas:
Como educadores podem fazer esse papel?
Uma proposta é trabalhar a relação com a natureza enquanto os alunos estiverem em situação de isolamento com o que se tem ao redor.
- A nossa própria natureza: antes de tudo, educadores precisam estar atentos com a própria saúde, física e mental. É importante cuidar de quem cuida. Você tem dormido bem? Se alimentado bem? Tem alongado seu corpo no dia a dia? Tem tomado um pouco de sol?
- Tempo e espaço: o educador pode usar a observação de mudança de estação, do clima, do tempo de crescimento de uma planta, por exemplo, para registrar e sistematizar esse conhecimento como ferramenta didática.
- Origem das coisas e dos alimentos: é possível pensar em atividades que levem em consideração a origem das coisas, de onde vêm os alimentos, de que são feitos os materiais que vemos e usamos.
- Mapas mentais para trabalhar sentimento de pertencimento: do que os estudantes sentem falta do lado de fora, quais os percursos que eles conhecem e como se relacionam com os lugares dentro de seus territórios? Isso pode gerar desenhos de mapas mentais interessantes e dar subsídios para pensar a relação dos alunos com seus territórios e culturas.
- Arte e natureza: o educador pode estimular os alunos a desenharem o que eles veem da janela de casa, usar materiais reciclados para compor estruturas e refletir sobre reúso de objetos ou indicar livros, poemas e músicas que falem da natureza.
Acima de tudo, o educador precisa escutar as crianças, entender o que elas estão sentindo, instigar a reflexão sobre o que elas estão gostando e do que sentem falta. Garantir espaços para troca sobre como estão vivenciando o presente é uma forma de acolhimento, que também é parte da educação.
Leia mais
Manter as crianças ativas fisicamente
Explorar a natureza por perto
Cultivar plantas
Usar livros e filmes para ampliar referências
A dica principal é: aposte no brincar livre. Permita que a criança dê vazão para construir, criar, montar e fazer brinquedos a partir de utensílios de madeira ou metal; materiais como tecidos, cascas, sementes, pedras, conchas, cordas; e elementos naturais, como terra, areia, ar, água, barro e até fogo (com cuidado e supervisão dos adultos).