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Cena do livro “Balas mágicas”, composto por cenários em papel marché

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Cena do livro “Eu sou cachorro”, composto em papel marché

lang="pt-BR">5 livros coreanos para apresentar a crianças de todo lugar
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5 livros coreanos para apresentar a crianças de todo lugar

Foto de uma mulher e uma criança lendo juntas, sentadas no chão. A mulher tem cabelo escuro e usa blusa amarela. A menina tem cabelo cresco e usa blusa e tiara rosa. A lista traz livros de autores coreanos.

Nas mãos das crianças, os livros ganham vida, mesmo sem narrativas em texto. Afinal, é pelas imagens que elas lêem o mundo, antes de serem alfabetizadas. Como a leitura das imagens é universal, a barreira da língua não separa obras ilustradas de seus leitores, independente de onde estão. Até, quem sabe, livros coreanos?

Sim! Na literatura infantil, a cultura sul-coreana tem marcado presença no Brasil, além do sucesso do K-pop e dos “doramas”. O Lunetas fez então uma seleção de autores sul-coreanos recém-publicados por aqui e seus livros que, com sensibilidade para tratar de temas universais, nos conectam a essas criações vindas do outro lado do mundo. As obras também chamam a atenção pela inventividade, pois são produzidas com diferentes linguagens artísticas: grafite, carvão, papel marché, pintura em tela e até peças musicais.

Conheça os autores e seus livros coreanos para as crianças:

Suzy Lee

Suzy Lee nasceu em Seul, capital da Coreia do Sul. Estudou pintura na Universidade Nacional de Seul e fez mestrado em artes do livro no Camberwell College of Arts, em Londres. Ela tem livros e trabalhos artísticos publicados e exibidos ao redor do mundo inteiro. Em 2022, recebeu o prêmio Hans Christian Andersen, um dos mais importantes prêmios de literatura. Em entrevista, Suzy Lee afirma que “faz livros para mentes curiosas”, deixando de lado a faixa etária a que se destinam: “são livros ilustrados para crianças de todas as idades”.

Ela foi a primeira autora sul-coreana a chegar ao país, com “Onda”, publicado em 2009, pela extinta Cosac Naify, e eleito o melhor livro ilustrado pelo jornal The New York Times no ano anterior.

Depois chegaram “Espelho” e “Sombra”, completando a trilogia da margem, obras em que a margem central dos livros fazem parte da narrativa. Recentemente, eles ganharam novas edições da Companhia das Letrinhas, que publicou também “Rio, o cão preto” (2021) e o recém-lançado “Linhas” (2022).

“Linhas”, Suzy Lee (Companhia das Letrinhas)

A história deste livro começa com uma linha. Algumas vezes, ela é traçada pelo lápis de uma artista. Outras, pelos rastros dos patins de gelo de uma garota. Entre saltos, piruetas, rodopios, riscos e rabiscos, sua magia vai tomando conta do papel – e chega até nós sem precisar de uma palavra sequer. Neste livro-imagem, a sul-coreana presenteia seus leitores com uma emocionante, lúdica e divertida homenagem à criação e à imaginação.

Cena do livro “Linhas”, composto entre os traços de um artista e os rastros de uma garota de patins

Heena Baek

Heena Baek nasceu em Seul, capital da Coreia do Sul. Ela estudou tecnologia educacional na Universidade das Mulheres de Ewha e animação no Instituto de Artes da Califórnia. A partir de sua experiência diversificada na produção de animações, Heena cria livros ilustrados muitas vezes esculpindo personagens, construindo cenários reais e fotografando-os. Em 2020, ela ganhou o prêmio ALMA (Astrid Lindgren Memorial Award), um dos mais importantes prêmios internacionais da literatura infantil. É autora e ilustradora de diversas obras, muitas delas premiadas na Coreia do Sul e ao redor do mundo.

“Balas mágicas”, Heena Baek (Companhia das Letrinhas)

Dong Dong é um menino solitário que prefere brincar de bolinha de gude com seu cachorro a jogar bola com os outros garotos. Mas, quando ele compra um saco de balas mágicas e passa a ouvir novos sons, tem de deixar a timidez de lado para encarar algumas conversas com pessoas – e seres – muito inusitados. “Balas mágicas”, o livro mais premiado de Heena Baek, faz sua estreia no Brasil.

“Eu sou cachorro”, Heena Baek (Amelì)

O livro narra a história de Bolinha, um filhote que, como muitos outros, é adotado por uma família de humanos que deseja ter a companhia de um cachorro em seu lar. Ele é adotado pela família de Dong Dong, o protagonista de “Balas mágicas” – numa conversa entre enredos que se completam. Ao se apropriar de uma “poética do cotidiano”, a narrativa de Bolinha revela de modo singelo a complexidade e similaridade presente nas relações entre humanos e animais.

Jo A-ra

Jo A-ra nasceu na Coreia do Sul, estudou Literatura Coreana na faculdade e na escola Some Institute of Picture Book (SI Picture Book), em Seul, especializada, desde 2003, em formar artistas de livros ilustrados. Quando criança, costumava sentar-se em uma pequena sala de uma escola de piano, dedilhando as teclas, enquanto esperava sua irmã mais velha lhe buscar depois da aula. Para ela, que era muito tímida, o som do piano a deixava mais à vontade do que conversar com os colegas. Foram as recordações desses dias que a inspiraram a criar “Consegue ouvir meu coração?”, seu segundo livro ilustrado.

“Consegue ouvir meu coração?”, Jo A-ra (Caixote)

Detalhados desenhos feitos com grafite convidam o leitor a acompanhar por um dia o protagonista deste livro, um menino em idade escolar. O caminho que ele percorre é silencioso – não só pela ausência do texto verbal, mas por ser tão solitário. Ao mesmo tempo, o percurso, é também – e principalmente -, musical. E isto não é contraditório: a música em “Consegue ouvir meu coração?” está presente em todo o livro, não só em inúmeras propostas visuais “sonoras”, mas também como elemento essencial para tudo o que o personagem – e tantas outras crianças – têm de superar. Quantos sons podem estar contidos em um livro sem palavras? E quantos sentimentos pode guardar o silêncio de uma criança?

Cena do livro “Consegue ouvir meu coração?”, ilustrado com grafite

Ryu Jae-soo

Ryu Jae-Soo se graduou em artes plásticas na Universidade Hongik, em Seul, na Coreia do Sul, e passou a se interessar pela cultura e pela realidade das crianças ao trabalhar com ensino e cuidado da primeira infância. A experiência desse período como professor de artes se tornou o alicerce para a criação de seus livros. Hoje, trabalha em projetos de intercâmbio cultural entre as crianças da Coreia do Sul e da Coreia do Norte.

Em entrevista, o autor conta como surgiu a inspiração para criar “Guarda-chuva amarelo”, seu primeiro livro publicado no Brasil: “Num dia chuvoso, estava observando algumas crianças a caminho da escola com seus guarda-chuvas coloridos e a ideia me veio à mente naquele instante. As formas coloridas dos vários guarda-chuvas em cores distintas se sobrepondo e o ritmo das risadas e conversas das crianças estimularam meus olhos e ouvidos ao mesmo tempo.”

Este livro ilustrado tem uma particularidade: uma narrativa sonora com trilhas instrumentais compostas para cada uma das cenas. Entre música e imagem, os leitores são convidados a percorrer um caminho em que gotas de chuva se transformam em melodia.

“Guarda-chuva amarelo”, Ryu Jae-soo (Companhia das Letrinhas)

A cada gota de chuva no céu, surge mais um guarda-chuva nas ruas da cidade. Um a um, todos seguem o mesmo rumo. Mas qual será o destino do guarda-chuva amarelo que dá título a essa história? Eleito um dos melhores livros ilustrados pelo New York Times em 2002, ele traz intensas e coloridas ilustrações, além de uma playlist de músicas do compositor Shin Dong-il, elaboradas especialmente para o título.

Cena do livro “Guarda-chuva amarelo”, composta em tinta sobre tela

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