Costumamos associar automaticamente a palavra “sustentabilidade” ao meio ambiente. No entanto, nem só aí reside o significado desse termo. A própria definição dicionarizada da palavra aponta para essa multiplicidade de sentidos. Lá, consta que a sustentabilidade está relacionada a aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade. O que é praticamente o mesmo que dizer que ela está em tudo, não é mesmo?
Um resumo possível é dizer que sustentável é toda e qualquer ação, objeto ou comportamento que se preocupe em garantir as necessidades do presente sem comprometer a saúde das gerações futuras, ou seja, tudo que cuide de conservar a vida – das coisas, dos animais, das plantas e até das relações interpessoais.
Como não desperdiçar o potencial deste assunto?
Com toda essa riqueza de sentidos, o tema não poderia ficar de fora das conversas com os pequenos. Afinal, eles são, por definição, o futuro do mundo. E investir em uma mentalidade sustentável, hoje, é garantir que ela perpetue boas ações em uma projeção de amanhã melhor para todos.
Pensando nisso, a Faber-Castell acaba de lançar o aplicativo “Floresta sem Fim”, que traz a sustentabilidade para perto dos pequenos ao transformar lápis de cor em animações de realidade aumentada: cada Ecolápis do estojo corresponde a um animal da fauna brasileira, e vem acompanhado de informações sobre a preservação das espécies.
Considerando que a literatura infantil pode ser uma ótima mediadora de fazer pensar e instigar primeiras reflexões nas crianças, preparamos uma lista com algumas dicas de títulos que se preocupam em abrir caminho para o tema.
Longe de esgotar o assunto ou limitá-lo a uma função meramente didatizante, o Lunetas, junto com a Faber Castell, preparou uma curadoria de leituras para trazer o tema ao universo da criança. São histórias que trabalham com lirismo, poesia e o melhor da ficção para desenvolver nas crianças a curiosidade para um olhar mais apurado e cuidadoso com tudo aquilo que nos cerca, afinal, sustentabilidade começa em novas posturas diante do mundo. Vamos lá?
Conversar com as crianças sobre sustentabilidade tem a ver com transmitir a ideia de que tudo no universo é um ciclo vivo, e se transforma a cada instante e é influenciado diretamente pelas nossas ações. O livro traz uma ilustração sequencial em cada dupla de páginas, em que uma continua a outra. Em uma, um campo vazio, na outra, um jardim florescendo. Em uma, uma floresta frondosa, na outra, uma grande metrópole tomada de prédios. A partir dessa proposta simples, a história faz pensar sobre os ciclos naturais e a importância de atentar diariamente para o impacto das ações endógenas para a saúde do mundo natural.
Se estiver procurando um livro para falar sobre a preservação da natureza com muito senso de humor, esta é a dica. No livro, a tradicional fábula da Chapeuzinho Vermelho é recontada em um novo cenário e perspectiva. No lugar dos campos planos da Europa, onde a história nasceu, agora a Chapeuzinho passeia pelo Cerrado, em meio a frutas bem brasileiras, como as jabuticabas, que na história ocupam o lugar de frutos ameaçados por conta do desmatamento, como a gabiroba e o pequi.Mas tem um detalhe que pode mudar todo o rumo do conto como o conhecemos: o vilão desta história é o Lobo-guará, um animal que está em extinção no Brasil, e por isso não se sabe até onde essa história pode chegar. Uma divertida forma de iniciar uma reflexão sobre os animais em perigo de extinção, e para despertar a curiosidade para um lado mais realista e crítico dessa figura tão presente no imaginário infantil, o lobo-mau.O livro faz ainda um passeio por diversas espécies da fauna e flora brasileiras, como o mico-estrela, a coruja-buraqueira, as siriemas e as árvores de galhos retorcidos típicas do Cerrado.
Empatia, aceitação da diversidade, relação com o outro. O que tudo isso tem a ver com sustentabilidade? Nesta aventura, tudo! O Livro Mágico Cléo e os encantados conta uma história de amizade que nasceu em meio à natureza, e traz o encantamento pelo folclore brasileiro, um dos mais ricos do mundo.Além disso, a criança pode colorir a história e interagir com ela em sua versão digital, em que cada página representa uma surpresa, com conteúdos mágicos e instigantes para a curiosidade das crianças. A história mostra, com criatividade e diversão, que a sustentabilidade pode estar mais perto de nós do que imaginamos, inclusive no modo como nos relacionamos com o outro. O aplicativo está disponível para download nas versões para Android e Apple.
Imagine viajar pelo Brasil e conhecer sua diversidade ambiental, econômica, social e histórica durante um ano. Tudo isso só com a imaginação. Essa é a brincadeira deste livro. São 52 histórias que passeiam pela riqueza da diversidade brasileira, uma para cada semana do ano, viajando do Amapá ao Rio Grande do Sul.Cada narrativa vem acompanhada de pequenos textos ilustrados para informar os pequenos sobre a geografia, a botânica, a zoologia, a História, a economia e a cultura do país. Entre os contos recolhidos, estão “O romãozinho”, “Cobra Norato” e “A história do guaraná”
Quando as árvores ‘respiram’, nos dão oxigênio. Quando elas crescem, nos dão sombra. Quando frutificam, nos dão comida. Com todos esses presentes que as amigas frondosas nos dão, nada mais justo do que prestar uma homenagem a elas, não é mesmo? Esse é o intuito do livro “Árvores do Brasil: cada poema no seu galho”.A brincadeira é trazer um poema para cada espécie, propondo aos pequenos leitores um poético passeio por algumas das árvores mais importantes da flora brasileira. O livro apresenta três espécies de cada bioma brasileiro, como o pau-brasil, a araucária e o jequitibá. Além disso, cada poema é acompanhado de um bicho que depende das árvores para sobreviver, conseguir abrigo, frutas e folhas.O livro ganhou o selo de Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) na Categoria Informativo – 2012, e selecionado para o tradicional Catálogo da Feira do Livro Infantil de Bolonha no mesmo ano.
Quem disse que uma floresta enorme e misteriosa não é lugar para criança? Neste livro, três pequenos muito curiosos percorrem a maior floresta tropical do planeta. Durante o percurso, o tema da preservação do meio ambiente aparece de forma sutil e delicada, afinal, algumas espécies com as quais as crianças esbarram estão claramente ameaçadas de desaparecer.Durante a aventura, aparecem bichos-preguiça, botos cor-de-rosa, borboletas exóticas, jacarés, rãs, onças pintadas e pássaros das mais diversas espécies.Além da fauna e flora, outro tema que o livro focaliza é a cultura indígena: como preservar e respeitar culturas tão ricas e distintas? O convite leva o leitor para o centro das maravilhas amazônicas.
Você já ouviu falar da tartaruga-de-pente, do gato-maracujá e da preguiça-de-coleira? Se não, provavelmente é porque já não quase nenhum exemplar dessas espécies na natureza. Seus nomes podem até ser engraçados, mas sua história, nem tanto.Em “Procura-se”, os pequenos são convidados a conhecer de perto cada um destes e muitos outros animais, e entender o porquê de estarem ameaçados de extinção, além do que está sendo feito para evitar que isso aconteça.O livro reúne diversos textos originalmente publicados na Revista Ciência Hoje das Crianças, todos apresentados de forma divertida e atraente para as crianças.
Inspirado no crime ambiental que ocorreu em Mariana em 2015, o livro “Um dia, um rio” transforma em literatura a catástrofe que transformou o Rio Doce em lama. No lugar de considerar este um tema difícil de abordar, o autor André Neves propõe um olhar esperançoso para o futuro do rio, remetendo novamente à ideia de que na natureza tudo é começo e recomeço, e que até nas maiores catástrofes há possibilidade regeneração.Quase sem palavras e utilizando-se de imagens que também contam muito, o enredo acompanha um menino em sua descoberta de que o rio se transformou em lama. Assim, sem qualquer intenção previamente calculada de “ensinar”, o livro prova no pequeno leitor a percepção de que é preciso preservar e nunca duvidar da força que tem um ciclo natural alterado por vontade do homem.
Não dá para falar sobre sustentabilidade sem mergulhar na cultura indígena e na sabedoria ancestral dos povos indígenas, que foram os primeiros guardiões da natureza. Neste livro, a premiada autora mineira Marilda Castanha faz uma verdadeira volta ao passado, desde antes do descobrimento do Brasil.A proposta é investigar como os índios de diferentes etnias, como Pataxós e Xavantes, se orientavam pelas mudanças da natureza, e como ela os ajudava a desenvolver instrumentos de caça, pesca e música. As crianças podem perceber como esses hábitos se conservaram ou foram descartados com o tempo, e como uma coisa ou outra impactou a a nossa vida sobre a terra. As ilustrações são uma viagem à parte, inspiradas nas pinturas indígenas e nos adornos construídos com elementos naturais.
E se a própria natureza fosse o brinquedo? Essa é a proposta deste livro. Em um compilado lúdico e inventivo, estão reunidas aqui uma série de brincadeiras relacionadas à descoberta e à exploração do mundo natural.A proposta é renovar o olhar sobre os elementos mais cotidianos que nos cercam, como as folhas, as pedras, a terra e a água. Com isso, o autor propõe às crianças o valor do contato com a natureza e como ele contribui para o desenvolvimento da empatia e do respeito. Da mesma série, tem também o livro “Cuidar bem das águas: brinquedos e brincadeiras molhadas”, para estimular especificamente o interesse dos pequenos pelo bem mais precioso do planeta, a água.
*Este conteúdo foi produzido pelo extinto Catraquinha em fevereiro de 2017, em parceria com a Faber Castell. Em maio de 2018, o Catraquinha migrou para o Lunetas.