Ícone do sitePortal Lunetas

13 filmes e séries que falam sobre autismo sem clichês

Filmes sobre autismo foto de duas meninas sentadas no sofá assistindo a um filme. A maior delas segura uma bacia de pipoca e a outra segura o controle remoto

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) afeta uma em cada 160 crianças no mundo. Porém, ainda há uma multidão que vive sem ser reconhecida pela sociedade, ou por falta de representatividade. Ou porque, quando ela existe, é carregada de preconceitos e estereótipos. Nesse sentido, os filmes sobre autismo são uma vitrine da diversidade que existe no espectro.

Não existe uma pessoa com autismo igual à outra. Portanto, é preciso olhar para o indivíduo antes de olhar para sua condição.

Nesta lista, selecionamos alguns filmes e séries que retratam a multiplicidade desses universos, e mostram pessoas autistas ou Asperger levando uma vida como outra qualquer – ainda que com muitos desafios extras. Como diria o personagem Max: “A vida de todo mundo é como uma longa calçada. Algumas são bem pavimentadas, outras têm fendas, cascas de banana e bitucas de cigarro”. A proposta é naturalizar o autismo como uma condição que demanda atenção redobrada, mas que não define nem limita a complexidade de um sujeito.

As produções abaixo podem funcionar tanto para uma sessão despretensiosa de cinema em casa, quanto para uma proposta pedagógica de levar para as crianças, estudantes, professores e cuidadores referenciais positivos sobre o transtorno.

Confira esta lista de filmes sobre autismo!

O documentário traz um panorama sobre o autismo e promove reflexões, por exemplo, sobre a busca do melhor tratamento e questões sobre a inclusão escolar. Além de entrevistas com crianças de diferentes níveis do espectro, seus familiares, terapeutas, professores e médicos. Artistas como Ney Matogrosso e Bob Wolfensom comentam o valor funcional e poético de cada um dos cinco sentidos.

Um novo olhar sobre o autismo com questionamentos sobre o que significa hoje uma comunicação relevante através dos cinco sentidos. O roteiro que vai além das dificuldades práticas da síndrome mostra o valor do respeito, do amor e da delicadeza como elementos transformadores e chama para uma conscientização urgente de que ser diferente é normal.

Em sua terceira temporada, a série acompanha com leveza e humor as descobertas e desafios da adolescência de Sam, um garoto tímido, inteligente e apaixonado por pinguins.  Para arrumar uma namorada, Sam sai em busca de conselhos. E sua mãe superprotetora precisa aprender a conviver com isso.

Para ajudar a desconstruir estereótipos que só reforçam o preconceito e mostrar que o espectro autista configura todo um universo a ser descoberto, respeitado e incluído na sociedade, o documentário “Em um mundo interior”, o primeiro longa-metragem brasileiro estritamente sobre autismo, traz a questão do “eu queria que meu filho que…”. Além de remeter diretamente ao chamado “luto do filho idealizado”, comum após o diagnóstico, fica a provocação. Por que idealizamos as crianças – típicas ou atípicas –, se cada uma vai desenvolver sua própria subjetividade?

Um mosaico de sete histórias, conectadas pelo diagnóstico do autismo, tendo como ponto comum: a perspectiva da inclusão e a certeza de que cada sujeito com autismo é diferente do outro. São relatos de famílias de diferentes classes sociais e regiões do país, que compartilham a rotina de Enzo, Julia, Roberto, Igor, Isabela, Mathias e Eric. Crianças e adolescentes cujas idades variam entre três e 18 anos. Uma reflexão que se estende não só para pais de crianças com deficiências, transtornos ou limitações específicas, mas para a sociedade em geral, tão marcada pelo desejo de normatização.

Baseado no premiado e aclamado livro “Longe da árvore: pais, filhos e a busca da identidade”, de Andrew Solomon, o documentário fala sobre a família que nascemos e a família que construímos. Um olhar corajoso na jornada de acolhimento e afeto das relações humanas. A obra traz experiências de diversas pessoas consideradas fora do padrão social e cultural, como indivíduos que apresentam transtornos, diferenças físicas, mentais, sociais que vão muito além da deficiência.

Um retrato de perfis de pessoas que o autor chama de “identidades horizontais” (isto é, divergentes dos padrões familiares, linguísticos e sociais predeterminados), sujeitas em graus distintos a influências genéticas e ambientais. Sobre os sentidos de ser diferente e, principalmente, de aprender a amar e respeitar as diferenças. O filme pode ser assistido gratuitamente na plataforma Videocamp.

Ambientado na Península de Valdés, na Patagônia, este drama é inspirado na história real do biólogo argentino Roberto Bubas. Após sua vivência no filme, escreveu o livro “Agustin corazon abierto”. Um dos pontos fortes é a preocupação de retratar a condição do autismo não como uma doença, mas como uma característica neurológica.

O filme aborda também a negligência paterna, muito comum em casos de parentalidade atípica, ou seja, quando o parceiro abandona a relação quando a criança apresenta alguma deficiência ou limitação específica. Agustin, o menino do filme, é inspirado em um garoto autista na vida real, que foi levado pela mãe à Patagônia para conhecer as baleias, em busca de melhora no quadro de autismo severo do filho, esperando que um guarda e as orcas o ajudem a encontrar suas emoções. Hoje, Agustin tem 25 anos e é artista plástico.

“Asperger’s are us” foi o primeiro grupo formado por comediantes diagnosticados com a Síndrome de Asperger. Formado durante um acampamento de verão em 2010 no North Shore, em Massachusetts, ao longo de oito anos, a trupe de quatro amigos realizou espetáculos, e foi inspiração para este documentário, a preparação para a última apresentação antes da separação de seus membros.

O documentário conta a história de 12 famílias com algo especial em comum: a convivência com um familiar autista e/ou com síndrome de Down. O documentário parte do pressuposto de que instituições públicas e privadas dizem não estar preparadas para receber essas pessoas, mas o questionamento que fica é: E as famílias? Será que foram preparadas? O filme pode ser assistido gratuitamente na plataforma Videocamp.

O curta-metragem conta a história de uma família e seus conflitos, ao ter o filho mais novo, Arthur, de seis anos, diagnosticado como autista – da saga até o diagnóstico às descobertas e aos desafios de lidar com os sintomas, tratamento, erros e acertos. Marina, sua mãe, assume a responsabilidade de dedicar todo o seu tempo ao filho e buscar caminhos para compreender melhor seu mundo, mostrando a realidade das emoções e sentimentos envolvidos nesta jornada.

Inspirado no livro “Extremamente Alto & Incrivelmente Perto” (Rocco, 2006), de Jonathan Safran Foer, o filme é estrelado por Oskar, um menino de nove anos que sofre com a perda do pai, vítima do ataque ao World Trade Center. Extremamente inteligente, o garoto tem dificuldade de interação social, e convive com o fardo de ter sido o último a ouvir as palavras do pai. Ele deixou um enigma para o menino solucionar após encontrar uma chave em sua casa, o que acredita ser uma mensagem de seu pai. Começa assim uma comovente expedição pela cidade.

“A vida de todo mundo é como uma longa calçada. Algumas são bem pavimentadas, outras têm fendas, cascas de banana e bitucas de cigarro”. É com essa frase que começa o longa em stop-motion, que conta a amizade de uma solitária garotinha australiana e um ancião judeu, que trocam cartas por anos. Ela é tímida e sofre bullying na escola, ele é Asperger, solitário e não entende muito bem a vida. Juntos, eles se sentem acolhidos em suas diferenças e desenvolvem uma amizade por meio das correspondências.

De forma sensível e com figuras originais, “Fixing Luka” é um curta-metragem baseado nas experiências pessoais de Jessica Ashman (roteiro, direção e animação), que tem um irmão autista. Aos olhos de uma criança, os hábitos repetitivos ou obsessivos relacionados ao autismo podem passar a ideia de que há algo errado que deve ser consertado. A garotinha Lucy, feita de pano, observa atenta o comportamento obsessivo do irmão, que tem engrenagens metálicas. Ele cola uma série de selos na parede, alinha seus patinhos de borracha e empilha cubos em torres imensas. Lucy acredita que existe um jeito de curar o irmão até que, um dia, ele se desmonta. Sem paciência, ela sai correndo pela floresta, até encontrar um soldadinho de dar corda que a fará acreditar ter encontrado a cura para o irmão.

Clássico do cinema estrelado por Tom Hanks, que levou seis Oscars, incluindo o de Melhor Filme. Como não se apaixonar pela trajetória de Forrest, um homem adulto com a pureza de uma criança que vai correr pelo mundo acompanhado por centenas de seguidores que veem nele um profeta? Ingênuo, ele se vê envolvido em quase todos os principais eventos das décadas de 60 e 70. Em nenhum momento, o filme nomeia a condição de Forrest, mas desde a década de 90 ele é amplamente utilizado para analisar as vivências autísticas, caracterizadas por muitos comportamentos do personagem.

Drama conta a história de dois irmãos em uma família conturbada em que a mãe não consegue sair da cama e o pai é ausente. Desde a morte do pai, Gilbert Grape é o responsável pelo sustento da família e pelo irmão caçula Arnie, já que sua mãe sofre de obesidade mórbida e de depressão. Mas Grape conhece uma jovem que lhe mostra a possibilidade de uma nova vida.

Leia também:

Sair da versão mobile