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Violência sexual faz 32% das vítimas ainda na infância

Uma menina está sentada e esconde o rosto nos braços, apoiados nos joelhos. A imagem está em preto e branco e possui rabiscos coloridos.

Em pesquisa Datafolha encomendada pelo Instituto Liberta, um em cada três brasileiros diz ter sofrido violência sexual na infância ou adolescência, de forma física ou verbal. Dos entrevistados, 32% admitem que sofreram agressões sexuais antes dos 18 anos.

“Se fizermos uma projeção dos dados do Datafolha, cerca de 68 milhões de brasileiros e brasileiras sofreram algum tipo de violência sexual antes dos 18 anos”, explica Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta, em entrevista à Folha. Com base no último relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Luciana reforça que a pesquisa corrobora dados oficiais, que também apontam crianças como grupo mais vulnerável a esse tipo de violência – 61,3% dos registros policiais de 2021 foram de estupros contra menores de 13 anos de idade

Relatos e percepções dos entrevistados sobre violência sexual

A pesquisa ouviu 2.086 pessoas a partir de 16 anos, em 130 cidades do país, entre 7 e 13 de junho. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. Entre as violências sofridas, os entrevistados relataram que:

De acordo com o levantamento, a população tem a percepção correta de que a maioria das vítimas de violência sexual tem menos de 13 anos (81%) e que o abuso pode acontecer sem toque no corpo da vítima (76%). Com uma amostra menor, de 1.671 pessoas, 43% das mulheres revelaram que foram vítimas de pelo menos uma situação de violência sexual quando menores, enquanto o percentual entre homens foi de 21%.

A percepção sobre abuso muda de acordo com a idade, renda e escolaridade: para 88% das mulheres mais jovens e com maior escolaridade e renda, há abuso sexual mesmo quando não ocorre contato físico com o agressor; já para 33% dos entrevistados com mais de 60 anos e menor renda e escolaridade, só há violência quando o corpo da vítima é tocado.

A pesquisa revela que os brasileiros se dividem quando opinam sobre quem seriam as principais vítimas no Brasil. Para 41%, são as mulheres; para outros 41%, são as crianças e os adolescentes.

* Com informações de Folha de S.Paulo.

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