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O professor na Educação Infantil: muito além da fralda e do banho

Três bebês sentados focados em um brinquedo perto do pé. A foto está em preto em branco com intervenções artísticas coloridas na silhueta dos bebês;

Banho, alimentação, fralda e soneca. A ideia de que a rotina da criança nos primeiros anos de vida deve ser marcada essencialmente pela garantia das necessidades básicas ainda é muito disseminada e atinge o debate em torno da Educação Infantil: afinal, qual o papel do professor no período entre zero e cinco anos?

De acordo com a psicóloga e professora Cisele Ortiz, é preciso ter conhecimento sobre as potencialidades que a criança apresenta na primeira infância para que se amplie o olhar sobre a Educação Infantil e a forma como ela deve ser gerida. “É nos três primeiros anos que as crianças constroem os alicerces da vida social, afetiva e cognitiva”, reforça.

Cisele atua na Educação Infantil desde 1977 e atualmente é coordenadora adjunta do Instituto Avisa Lá – formação continuada de educadores e presidente da Associação Brasileira de Estudos sobre o Bebê (ABEBÊ).

O Avisa Là é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, com finalidade pública. Desde 1986, vem contribuindo para qualificar a prática pedagógica das redes públicas de Educação Infantil. A partir de 2002 passou atuar também no Ensino Fundamental (séries iniciais) nas áreas de leitura, escrita e matemática.

Segundo ela, os profissionais da Educação Infantil devem compreender que estão atuando em um momento-chave da constituição subjetiva da criança e que agir no corpo significa, necessariamente, impactar a mente, e vice-versa. Esse reconhecimento de papel serve também como base para o desenvolvimento de atitudes que incentivam o cuidado de si e dos outros ao redor.

Para pensar o aperfeiçoamento do processo educacional em pré-escolas e creches, a psicóloga Cisele Ortiz sugere algumas medidas, entre elas a disseminação de boas práticas pedagógicas, a formulação de políticas intersetoriais, a tradução e ampliação do acesso às informações produzidas em pesquisas acadêmicas, o fortalecimento do vínculo entre as escolas e as famílias, e a capacitação dos profissionais formados para a Educação Infantil.

Confira a entrevista

“Se um professor não acha que é seu papel trocar fraldas ou ensinar a criança a usar o banheiro e se limpar, ele está na profissão errada”

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