É bastante comum nas brincadeiras em grupo ou em família que as crianças maiores comecem a “fraudar” ou burlar algumas regras. Ou ainda não se conformarem em perder se atividade envolver algum desafio. O Lunetas conversou com a jornalista Patrícia Camargo, sócia do portal Tempojunto, para entender como os pais podem agir quando o filho não aceita perder durante um jogo.
Patricia é mãe de três filhos, não é especialista em educação infantil, mas trabalha com crianças há mais de 10 anos. Para ela, os jogos em geral são uma excelente maneira de mostrar para a criança como lidar com regras e com perder e ganhar. Faz parte da vida lidar com estas situações e quando a criança tem a oportunidade de aprender com a brincadeira e em um ambiente seguro (com os pais, a família) é muito mais fácil para, no futuro, ela compreender seus sentimentos e reagir de uma maneira segura frente à situação.
“Então, jogos competitivos (que são diferentes de competições) são saudáveis e importantes para o desenvolvimento da criança”. Ela lista premissas importantes para os jogos em família.
O que fazer quando a criança não aceita perder?
- Escolher um jogo que a criança tenha condições de ganhar também;
- Não “facilitar” para a criança só para ela poder ganhar;
- Não tratar a criança como incapaz de jogar ou competir, fazendo-a de “café-com-leite”.
Outro ponto importante apontado por Patrícia é que se explique antecipadamente o que vai acontecer e quais são as possibilidades do jogo. “Ou seja, que o jogo tem regras, que é possível que se ganhe e que se perca”, diz.
Feito isso, é jogar. Se a criança reagir mal a perder ou a ganhar (porque é preciso educar para as duas situações) o jogo é o momento de parar, perguntar sobre o sentimento da criança e explicar como ela pode expressar este sentimento sem magoar a outra pessoa. “Porque não adianta dizer: ‘você não pode sentir isso. Porque todos nós sentimos’. Mas mostrar formas de comunicação diferentes da pura explosão de raiva”, aconselha a jornalista.
E as regras?
Pode ser importante explicar que as regras combinadas devem ser cumpridas. E pode haver momentos em que as regras podem ser flexíveis. “Afinal, a vida também é assim, não é mesmo”?
O que é importante que os pais saibam é que na hora do jogo, pode ser que existam pausas para o ensinamento, pode ser que o jogo pare, pode ser que o jogo precise ser adiado. “Então, nada de estressar por causa disso. O objetivo aqui é o meio do processo e não o fim”, finaliza.
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