Já pensou como um parque naturalizado pode mudar a percepção das crianças e de suas famílias sobre a natureza? “Crianças precisam pisar no chão de terra, subir em árvore, explorar perfumes, observar o fluxo da água que corre. São experiências que acordam a curiosidade sobre si e sobre o mundo. Oferecer espaços naturalizados nas cidades é assegurar a riqueza dessas experiências, tão necessárias para o desenvolvimento integral desde o comecinho da vida.” Com essas palavras, Claudia Vidigal, representante da Fundação Bernard van Leer no Brasil, introduz o livro “Parques naturalizados”, que traz inspirações, ferramentas e recursos para planejar e implementar paisagens naturais para o brincar das crianças onde estiverem.
Aumentar paisagens para o brincar na natureza não é uma tarefa que demanda grandes espaços quando pensamos no que está ao nosso alcance: hortas e pequenos jardins podem ser cultivados de apartamentos à escolas. O contato com a natureza pode proporcionar um acesso ampliado a locais para brincadeiras, praças e parques públicos com gramados, brinquedos naturalizados e viveiros.
“Nesses ambientes naturais, somos convidados a viver possibilidades abertas e distintas que dialogam diretamente, sem pressões ou imposições, e que tocam aspectos genuínos de cada um de nós.” – Renata Meirelles, coordenadora do “Território do brincar”
A publicação também traz informações para a construção de parques naturalizados, guiando o processo para planejar, elaborar, implementar, construir, realizar a manutenção devida e avaliar o parque após sua implementação. Com exemplos que passam pelo interior de São Paulo ao Tocantins e da Alemanha ao Chile, o brincar livre ganha ferramentas novas que se conectam com a cultura local e com as múltiplas infâncias locais.
O que os parques naturalizados oferecem?
- Possibilitam que as crianças brinquem de forma mais ativa, livre e criativa;
- Aumentam a rede de áreas verdes urbanas, mantendo a permeabilidade do solo;
- Podem ser instalados em praças, terrenos baldios, escolas, condomínios, clubes;
- Respeitam as características do terreno e reaproveitam materiais já existentes;
- Custam menos, têm implantação rápida e envolvem a comunidade no seu planejamento;
- Ajudam crianças e adolescentes a desenvolverem um vínculo afetivo com a natureza;
- Proporcionam sombra, regulam a temperatura e podem produzir alimentos;
- Promovem encontros entre gerações e reconectam os adultos com a sua infância.
Leia mais
Que os meninos e as meninas tenham liberdade para usufruir de todos os benefícios que brincar ao ar livre traz, nos lembrando que é possível e urgente fazer as pazes com a natureza. – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente