Na rotina das famílias que têm pouco tempo disponível para dedicar exclusivamente às crianças, pode ficar difícil encontrar saídas à exposição à tecnologia: tablets, celulares, computador, TV. Diante da necessidade de entreter os pequenos, muitos pais recorrem a esses recursos.
Porém, o excesso de telas é extremamente nocivo, e a própria AAP (Associação Americana de Pediatria) recomenda que os pequenos devem ficar longe das telas até os 18 meses – leia a matéria do Lunetas sobre crianças e telas.
Pensando na complexidade e gravidade da questão, a Associação Brasileira de Pediatria acaba de lançar um manual para ajudar os pais a evitar o contato, o “Manual de saúde de crianças e adolescentes era digital“, que está disponível para download gratuito.
O material traz dados sobre as leis de proteção virtual, especifica as recomendações médicas para a exposição às telas e compartilha orientações cruciais, como o fato de que “Crianças menores de 6 anos precisam ser mais protegidas da violência virtual, pois não conseguem separar a fantasia da realidade”, ou ainda que 11% das famílias desconhece completamente o conteúdo que os filhos acessam.
Além de especificar limites de tempo para exposição à tecnologia por faixa etária, a entidade faz uma série de recomendações práticas não só às famílias, mas também aos professores, cuidadores, pediatras e até mesmo às próprias crianças e adolescentes, com o objetivo de protegê-las de possíveis abusos e do bullying digital.
Além disso, o material oferece também um glossário, que descreve com linguagem acessível o que são alguns termos utilizados com frequência na internet, como “malware”, “emoticon”, “vlog” e até mesmo a explicação de expressões nocivas à navegação segura das crianças, como “nudes” e “sexting”.
Longe de querer ser uma receita infalível de como evitar a superexposição à tecnologia, a cartilha pode ser utilizada pelas famílias que querem buscar alternativas e dicas de como passar mais tempo junto e evitar ficar refém do entretenimento virtual.
Confira algumas dicas do Manual:
Brincar mais com seus filhos de maneira interativa, olhando, abraçando, sendo parceiro e estando ao seu lado, sempre que precisar, supervisionando e construindo uma relação de confiança, para a vida, juntos. Para isso, não precisa de telas de televisão, computadores nem celulares ligados.
Lembrar sempre que você como adulto, pai ou mãe, e, com a convivência diária, se torna um modelo de referência para seus filhos. Portanto dar o primeiro exemplo: limite o seu tempo de trabalho no computador, quando em casa. Desconectar e estar presencialmente com seus filhos.
Estabelecer regras e limites bem claros e “concordantes” entre todos sobre o tempo de duração em jogos por dia ou no final de semana e sobre a entrada e permanência em salas de bate-papo ou em redes sociais ou durante os jogos de videogames online.
Nas telas do mundo digital tudo é produzido como fantasia e imaginação para distrair ou afastar do mundo real – portanto, não se deixe enganar no mundo virtual.
Não marque bobeira à toa! Cuidado, desconfie de mensagens esquisitas ou confusas. Aprenda a bloquear mensagens ofensivas ou que zombem de você!
Lembre-se que a Internet é um espaço público e as mensagens trocadas ficarão para sempre gravadas e accessíveis, como uma história de você ou como uma impressão digital.
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