“Eu não sabia que ele era diferente, mas o mundo sabia que ele era diferente”
A fala de uma mãe em busca de equidade para um filho com deficiência está entre outras lutas que vêm à luz com o lançamento do filme “Um lugar para todo mundo” (“Forget Me Not”, em inglês).
A estreia, que acontece na semana do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (celebrado em 21/9), nos apresenta com muita sensibilidade a história de Emílio, uma criança de 3 anos que tem síndrome de Down e está prestes a ingressar na escola. Mas as portas estão fechadas para ele.
Então, para garantir o direito de Emílio a uma educação inclusiva e um espaço onde caiba todo mundo, a família vai precisar questionar – e derrubar – barreiras do sistema educacional que mais discrimina nos Estados Unidos: as escolas públicas da cidade de Nova Iorque.
“Um lugar para todo mundo” investiga histórias pessoais e inspiradoras que denunciam muitas injustiças e formam uma frente de combate à discriminação da deficiência infantil. Entre mais de 93 milhões de crianças com deficiência em todo o mundo, quase metade delas não frequenta a escola. A outra metade está na luta pelo direito de frequentar uma escola que não as discrimina e separa das outras crianças (Fonte: Unicef).
A segregação de alunos com deficiências em instituições especializadas ainda é uma realidade, embora estudos comprovem os benefícios da educação inclusiva para toda a sociedade. Em um quarto dos países do globo, a legislação local determina que crianças com deficiências sejam instruídas em espaços separados e a maioria dos sistemas educacionais não leva em consideração as diferenças dos estudantes, segundo dados do Relatório de Monitoramento Global da Educação (Relatório GEM) de 2020, e o site PEER, da Unesco, que avalia o cenário e desempenho da educação inclusiva em todo o mundo.
A construção de um ambiente educacional para todos, promovendo a participação e combatendo a exclusão, é um compromisso que o Brasil assumiu há décadas – um direito garantido na Constituição Federal de 1988 e pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência de 2015, bem como pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, de 2008, e pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem status de emenda constitucional no país, desde 2009.
O Brasil, diferente dos demais países, tem uma história de sucesso no direito à educação para todas as crianças. Em 2020, de 1.308.900 estudantes com deficiência matriculados na educação básica, 88% estavam em escolas comuns.
Porém, estão em curso tentativas de retrocessos. Em setembro de 2020, o Governo Federal promulgou um decreto presidencial que institui a nova “Política Nacional de Educação Especial”. Dentre outras coisas, o ato normativo – suspenso provisoriamente – abre a possibilidade de matrícula de crianças e adolescentes com deficiência em classes e instituições que as separam dos demais.
* A coprodução entre a Maria Farinha Filmes, produtora líder em entretenimento de impacto na América Latina, e a produtora norte-americana Rota6, “Um lugar para todo mundo” conta com uma rede de apoio formada por organizações como Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Ministério Público de São Paulo, FBASD (Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down), Fundação Itaú Social, Instituto Unibanco, Escola de Gente, Instituto Rodrigo Mendes, ANEC (Associação das Escolas Católicas), LEPED Unicamp, Talento Incluir, Instituto de Pesquisa Amankay, Instituto Avisa Lá Formação Continuada de Educadores, Comunidade Educativa CEDAC e Mais Diferenças.
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“Um lugar para todo mundo” está disponível nos canais GNT e TV Cultura e nas plataformas Globoplay + iTunes + Google Play + YouTube Filmes + Net Now + Vivo Play. Você também pode assistir ao filme com acessibilidade completa em português e na versão dublada no Videocamp e Ping Play. Veja o trailer!