Passados os quatro meses da licença maternidade, chega a hora de voltar à rotina de trabalho e, sem o bebê mamando, ou tempo para fazer a ordenha, rapidamente o corpo da mãe para de produzir o alimento. Fica a pergunta: como continuar a amamentação após esse período?
Quando falamos em amamentação, a parceria entre a instituição de ensino e as famílias também é fundamental, e pode fazer toda a diferença entre a amamentação previamente interrompida, ou a sua continuidade até mãe e bebê definiram e hora de parar.
Acolher mães que tem disponibilidade de ir às creches durante o dia para amamentar seus bebês, ou armazenar leite materno para dar às crianças ao longo do dia são atitudes que instituições da rede pública e privada promovem para apoiar a continuidade da amamentação.
“Muitas mães que procuram a escola já chegam sabendo que serão acolhidas “, afirma Maria Veima de Almeida, diretora pedagógica da Escola de Educação Infantil Tarsila do Amaral, instituição da rede privada que conta com uma estrutura de ordenha e amamentação, assim como com uma equipe de especialistas em lactação para orientar as mães.
A Ponto Ômega é outra instituição da rede privada que conta com estrutura para acolher mães e bebês em fase de amamentação. “Ficava para nós a angústia que acompanhava algumas mães por ter que deixar seus bebês no berçário e, com isso, ter também que interromper a amamentação”, conta Maria Drummond Grupi, psicóloga, pedagoga e diretora da escola., que hoje conta com uma “Sala do Peito” e também estrutura para armazenar e ofertar leite materno às crianças.
E na rede pública?
Apesar de não haver nenhum tipo de norma ou legislação sobre o tema, desde 2016, os CEIs (Centros de Educação Infantil) são orientados a receber e armazenar o leite materno.
A recomendação faz parte de um esforço realizado nos últimos anos pela Coordenadoria de Alimentação Escolar do Município de São Paulo (CODAE) tem investido em conscientização do corpo de funcionários dos CEIs sobre a importância da amamentação e boas práticas para acolher mães nos espaços.
Dados disponibilizados pela coordenadoria apontam que resultados da iniciativa são positivos: em 2014, 21% das mais de 2000 unidades contavam com projetos de incentivo à amamentação, e apenas 18% disponibilizavam espaços para as mães amamentarem. Os dados de 2017 indicam que a taxa de instituições com iniciativas de acolhimento e promoção à amamentação subiu para 35%, e as unidades com espaço para amamentação para 58%.
Katia Sebastião, da Coordenadoria de Alimentação Escolar do Município de São Paulo, aponta o papel das famílias, no sentido de cobrar as instituições, como fundamental. “Nós entendemos que a parceria escola-família existe. Quando mais as mães procurarem as unidades, mais as unidades despertarão para a importância do acolhimento à amamentação”, disse.
A demanda de mães por espaço para amamentar nas instituições, ou para armazenar o leite materno, acompanha os esforços de conscientização: dados da coordenadoria indicam que em 2014 18% das mães traziam esse tipo de solicitação. Em 2017, a taxa subiu para 58%.
Confira apostila sobre Normas e Padrões para Lactários em instituições de ensino aqui