Dia das Crianças é dia de dar presentes para os pequenos. Será? Pensando em formas de ressignificar a data, algumas famílias substituem os presentes materiais por momentos juntos, como passeios e outras experiências.
Especialistas em saúde e desenvolvimento concordam com essa alternativa: presença, convivência e afeto são os melhores presentes, aqueles que serão guardados para sempre.
“É preciso lembrar que a melhor forma de presentear os filhos é por meio da convivência, do amor, do afeto e da brincadeira ao ar livre”, afirma o pediatra Daniel Becker.
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Na casa do Paulo Garcia, que é pai do Lucas, de cinco anos, e do Rafael, de um ano, curtir em família são as palavras de ordem para celebrar datas especiais, como o Dia das Crianças.
“Eu gosto dessa ideia de passeios porque são momento únicos: as experiências, o fato da gente se divertir junto, desbravar algo junto. O que a criança ganha e colhe daqueles momentos fica guardado, é enriquecedor.No final, a família toda é presenteada com esses momentos”, disse.
A Nathalia Oliveira, que é mãe do Pedro, de quatro anos, também não dá muita importância para os presentes materiais, em vez disso, coloca o foco da convivência com o filho no significado das vivências.
“Acho importante atribuir sentidos em todas as coisas que são dirigidas ao Pedro, para que ele saiba que é especial e também para ter muitas memórias afetivas desse período da vida”
Em relação ao Dia das Crianças, Daniel tem um olhar bastante crítico. No ponto de vista dele, é preciso tomar cuidado para não cair na armadilha de substituir afeto por presentes:
“A data se tornou essencialmente comercial. Essa cultura de shopping e fast food pode ser eventualmente divertida, mas temos que tomar cuidado com o excesso. O apelo comercial leva a gente para isso, para a repetição mecânica, para esquecer outras formas de conviver em datas como essas. O dia da criança é dia de estar com os pais e com as mães. É dia de família, é dia de passear”, afirma.
A sugestão do pediatra para um Dia das Crianças saudável e afetivo é que a programação envolva brincadeira e natureza, de preferência um piquenique em família. “Essa é a alma da infância. Não precisa dar brinquedos caros, que aparecem na televisão. A gente não deve se deixar sucumbir por esse tipo de apelo. É preciso lembrar que a melhor forma de presentear os filhos é a convivência, o amor, o afeto e brincadeira ao ar livre”, coloca.
Brincar ao ar livre é o melhor presente para a saúde da criança
Tempo junto e brincadeira com os filhos também são importantes para um desenvolvimento infantil pleno: “O pai e a mãe são as figuras estruturantes de uma criança. Para ela é muito importante esse convívio. Através da brincadeira, ela vai descobrir o amor, os relacionamentos interpessoais, e também vai desenvolver as memórias afetivas, que permanecerão no consciente e inconsciente”, explicou o pediatra Daniel Becker.
Mas os benefícios da convivência e da brincadeira vão além do desenvolvimento emocional da criança. Famílias que nutrem hábitos mais saudáveis também contribuem para que os filhos cresçam livres de questões como sobrepeso e obesidade.
“A obesidade infantil é fácil prevenir, mas é muito difícil tratar. Para prevenir, devemos comer comidas naturais, não industrializadas, e, claro, essencialmente, fazer atividade física. Na infância, a atividade física é o brincar. Não é preciso ser atleta para ter uma criança saudável, é preciso cuidar para que os filhos se apaixonem pelo ambiente externo e não criem o hábito de uma vida sedentária”, disse.
*Este conteúdo foi produzido pelo Catraquinha em outubro de 2017, em parceria com a Amil. Em maio de 2018, o Catraquinha migrou para o Lunetas.