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Onde estão as práticas de educação antirracista em São Paulo?

Imagem de uma criança batucando uma caixa (instrumento musical) pendurada em seu corpo com a língua para fora. Atrás da criança, aparecem outras pessoas com o instrumento surdo na mão.

O Ilu Obá de Min tem como missão promover através de seus projetos as culturas afro-brasileira e africana, desenvolver atividades para o empoderamento da mulher, fortalecimento das relações étnico-raciais e de enfretamento do racismo, sexismo, discriminação, preconceito, intolerância religiosa e homofobia.

A Ação Educativa, associação civil sem fins lucrativos que atua nos campos da educação, da cultura e da juventude,  lançou este mês o Mapa da Rede Antirracista, uma ferramenta colaborativa voltada às educadoras, educadores e demais profissionais que atuam com crianças, adolescentes e jovens.

O objetivo é combater o racismo a partir de práticas pedagógicas realizadas por escolas, centros culturais, coletivos e demais organizações da região central da cidade de São Paulo. A ferramenta também apresenta marcos de resistência históricos e contemporâneos do centro de São Paulo associados à ocupação e aos fluxos da população negra na cidade.

O espaço por suas características e por seu funcionamento, pelo que ele oferece a alguns e recusa a outros, pela seleção de localização feita entre as atividades e entre os homens, é o resultado de uma práxis coletiva que reproduz as relações sociais, (…) o espaço evolui pelo movimento da sociedade total. (Milton Santos)

Reprodução

Combater o racismo a partir de práticas pedagógicas

A necessidade de registro da ocupação e circulação da população negra no centro de São Paulo hoje, tem como matriz o reconhecimento do protagonismo do povo negro na transformação da paisagem e da vida da cidade e de resistência a seu apagamento da história econômica, social, cultural e religiosa desta região da cidade.

No mapa de educação antirracista, educadores podem vão encontrar ruas, avenidas, centro culturais, e equipamentos públicos e projetos e uma explicação sobre a sua relação com a cultura negra. Veja como a apresentação da Avenida Ipiranga:

Desde 2010, com o aumento dos fluxos migratórios no mundo todo, pessoas vindas do Senegal, Angola, Serra Leoa, Congos apresentam a diversidade de grafismos, cores e texturas dos tecidos vendidos na Avenida Ipiranga. As/os comerciantes vendem também máscaras, camisas e assessórios de sua terra natal em bancas na região da Avenida Ipiranga e da Rua Barão de Itapetininga. Ao caminhar por essa região é possível ouvir cânticos e toques muçulmanos, ouvir as pessoas falarem línguas tradicionais e também inglês e francês, em uma mistura sonora e cultural riquíssima.

“A geografia que nos permite propor uma cartografia da presença negra no centro de São Paulo é aquela que identifica o território como o ambiente dinâmico e flexível que carrega em suas camadas a história das relações entre diferentes atores sociais que incidem sobre a mutante identidade paulistana a partir das relações estabelecidas ao longo da história da cidade”, diz Ednéia Gonçalves, coordenadora Executiva da Ação Educativa na apresentação do mapa.

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