Quem inventou que menino só gosta de correr e jogar futebol não conhecia o personagem Bibói. Ele ganhou vida e grande estilo na obra da educadora e ativista norte-americana bell hooks “Minha dança tem história”, publicada pela Boitatá, selo infantojuvenil da editora Boitempo.
“Na dança sou um Bibói. De coração grande e aberto. Bem brilhante”
A sensibilidade em “Minha dança tem história”
Com ilustrações do premiado ilustrador e escritor estadunidense Chris Raschka, o livro é a pista de dança que dá asas a Bibói; ou melhor, dá pernas para ele dançar break, voz para arrasar nas rimas e espaço para descobrir novas formas de expressar sua sensibilidade e inclinação pela arte.
“bell hooks traz uma história vibrante que capta a energia do que é ser um menino dentro da cultura do hip-hop. Mostrando de forma sensível todas as contradições que permeiam a vida dos pequenos em busca da própria masculinidade, a autora amplia o leque de possibilidades para o que significa ser um menino”, publica a editora Boitatá.
“Minha dança tem história” capta a energia do que é ser um menino dentro da cultura do hip-hop. Mostrando de forma sensível todas as contradições que permeiam a vida dos pequenos em busca da própria masculinidade, a autora amplia o leque de possibilidades para o que significa ser um menino. Com ilustrações de Chris Raschka, é a segunda obra infantil da dupla publicada pelo Boitatá.
O que é ser menino?
Esta é a segunda obra infantil da dupla publicada pelo Boitatá. A primeira, “Meu crespo é de rainha” (2018), foi escrito por bell hooks em 1999, depois de testemunhar um ato de racismo dentro de uma escola primária do Brooklyn, nos Estados Unidos, quando uma professora leu para as crianças uma história sobre cabelos “ruins”.
Preocupada com o que chama de “política de representação que sistematicamente desvaloriza a negritude”, bell resolveu escrever um livro para contar o óbvio: cabelos crespos também são cheirosos e macios. O livro é uma reposta ao racismo e foi tema de uma matéria do Lunetas na época de seu lançamento no Brasil.
Assim como “Meu crespo é de rainha”, “Minha dança tem história” também trata da construção de identidade pelas crianças, especialmente negras. Para abordar essa questão, a escritora tem auxílio de uma arma potente entre os jovens: o hip hop.
Sou bibói,
sorrindo,
chorando,
contando minha história!
No batuque,
na batida,
Faça a rima e
Bamboleio.
Gênero musical que floresceu como subcultura na década de 1970 nos Estados Unidos, principalmente comunidades latinas e afro-americanas da cidade de Nova Iorque, o hip hop ajuda a fazer um recorte étnico-racial e também territorial, já que se trata de um estilo bastante presente nas periferias dos grandes centros urbanos.
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Sobre os autores
bell hooks é o pseudônimo da aclamada escritora, educadora, feminista e ativista social estadunidense Gloria Jean Watkins, nascida em 1952, na cidade de Hopkinsville, Kentucky. Autora de vasta obra, bell hooks investiga de uma perspectiva pós-modernas questões relativas à raça, classe e gênero na pedagogia, na história da sexualidade e do feminismo e na cultura em geral.
Chris Raschka é um premiado ilustrador e escritor estadunidense. Nascido em Huntingdon, Pennsylvania, em 1959, foi criado em Chicago, Illinois, e se formou na St. Olaf College. Atualmente, vive em Nova York. (Fonte: Editora Boitatá)