Como os bebês são ninados em diferentes países, culturas , comportamentos e contextos sociais? Esta é a pergunta por trás do livro “Quero colo!” (Edições SM), escrito e ilustrado por dois nomes de peso da literatura infantil contemporânea, Stela Barbieri e Fernando Vilela.
Para responder a essa questão – ou, quem sabe, abrir ainda mais a interrogação – os autores resolveram criar uma obra para bebês em que esta questão estivesse presente. Em cada página, uma defesa diferente do colo e do afeto no desenvolvimento das crianças.
O que era só uma brincadeira-reflexão sobre as diferentes formas de carregar os pequenos, acabou se tornando uma ode à criação com apego. A proposta é mostrar como a necessidade de amparo e proteção é universal, e corresponde a uma das mais indispensáveis demandas da vida de uma criança.
Depois de uma série de experimentos, Fernando Vilela escreveu a narrativa, e Stela criou os fundos de todas as ilustrações. Na história, tem o colo do pai palhaço, do pai gorila, da avó, da mãe africana, da mulher indígena, do canguru e até dos esquimós.
“Pra dormir, pra comer, pra confortar. É bom pra bicho, é bom pra gente, em qualquer parte do mundo”, diz o livro.
“Quero Colo!” foi o título selecionado pelo nosso parceiro A Taba para oferecer uma experiência de leitura aos assinantes bebês deste mês de julho.
“Um colinho é sempre bom
pra dormir
pra comer
pra passear…
Gosto de colo quando estou triste
ou no trabalho da mamãe
Um colinho também é maravilhoso
para perambular por aí”
A partir do entendimento de que as primeiras descobertas e explorações sobre o mundo acontecem quando os bebês estão no colo, o livro propõe uma reflexão sobre a importância de garantir este lugar seguro de acolhida e cuidado para os pequenos em seus primeiros anos de vida. É, portanto, um reforço da importância da presença da família e da construção dos vínculos afetivos na primeira infância, afinal, é assim que a criança constrói as bases emocionais que irão acompanhá-la pelo resto da vida.
“Quando criança, ganhei colos deliciosos da minha mãe e de muitas pessoas próximas. Alguns deles me marcaram para sempre. No colinho gostoso das minhas tias, eu ouvia histórias; já no do meu pai, eu via livros de arte e escutava música. Por causa dessas e muitas outras experiências, me tornei artista, educadora, gestora cultural e escritora”, conta Stela no fim do livro, que compartilha também a experiência do ilustrador com os colos de sua infância.
O livro propõe uma reflexão sobre a importância de garantir este lugar seguro de acolhida e cuidado para os pequenos em seus primeiros anos de vida.
“Não me esqueço do colinho cheiroso da minha avó Elza, do colo quente do meu pai, sempre acompanhado de um abraço, e do colo carinho da minha mãe. E também dos colos das madrinhas e tias queridas, onde eu inventava histórias, que depois desenhava”, diz Fernando Vilela.