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‘A criança é capaz de reproduzir o racismo que vê’, diz autora

Foto em preto e branco mostra um menino negro deitado em cima de uma mesa, com a cabeça para o lado e com o semblante triste.

De que forma uma criança negra pode encontrar significado positivo na vida se não consegue se ver como personagem central no universo literário? Esta é uma pergunta-chave trazida pela contadora de histórias, pesquisadora e arte-educadora Kiusam de Oliveira, ao pensar seus livros como ferramentas para o empoderamento de jovens e crianças negras no Brasil.

Essa missão é desenvolvida pela escritora a partir de uma concepção de infância que traz raízes e referências africanas, alçando o corpo à categoria de “território sagrado”. É por meio do resgate da ancestralidade em suas histórias que Kiusam de Oliveira constrói a ponte de reconexão para a autoestima de jovens e crianças negras, fonte de respeito e responsabilidade como futuras guardiãs das tradições na cultura afrobrasileira.

“Ela [ancestralidade] é capaz de provocar as costuras psíquicas necessárias para que suas identidades, fragmentadas pelas vivências racistas, sejam reconstruídas de forma saudável”, defende. A partir dessa ideia Kiusam dá nome à magia presente naquilo que faz: “Literatura Negra do Encantamento”.  

Divulgação/Assessoria

Kiusam de Oliveira é autora dos livros “O Mundo no Black-Power de Tayó”, “Omo-Oba: Histórias de Princesas”, “Omo-Oba: Histórias de Príncipes” e “O mar que banha a ilha de Goré”, obras que fazem sucesso entre as crianças e que contribuem para o enfrentamento do racismo no Brasil.

Kiusam de Oliveira é doutora em Educação e mestre em Psicologia pela USP, especialista nas temáticas das relações étnico-raciais, contadora de histórias e professora de danças afro-brasileiras. É autora dos livros “O Mundo no Black-Power de Tayó”, Omo-Oba: Histórias de Princesas, Omo-Oba: Histórias de Príncipes e O mar que banha a ilha de Goré, obras que fazem sucesso entre as crianças e que contribuem para o enfrentamento do racismo no Brasil.

“Até que os leões tenham suas histórias, os contos de caça glorificarão sempre o caçador.” Este provérbio africano, de acordo com Kiusam, define a necessidade de dar voz a uma narrativa negra historicamente apagada. Nesse sentido, ela é categórica e tem consciência de seu papel:

“É tempo de nós, ‘mulheres-leoas-negras’, contarmos nossas histórias”

 Leia a entrevista na íntegra

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