Embora ainda sejam pior remuneradas em comparação com os homens exercendo a mesma função e enfrentem o machismo estrutural que permeia as relações corporativas, as mulheres alcançaram conquistas significativas em relação ao mercado de trabalho.
Porém, a igualdade de gênero em relação à divisão do trabalho doméstico ainda representa um peso extra que a mulher tem que carregar.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE aponta nessa direção. A análisa revela que apenas 71,9% dos homens realizam atividades domésticas, enquanto essa proporção chega 89,9% entre as mulheres.
Em entrevista ao Estadão, a analista de Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE Alessandra Brito, explica que os cuidados com a manutenção da casa ainda recai majoritariamente sobre a mulher.
“A mulher faz tudo na casa, e o homem faz o pequeno reparo. É basicamente isso”, afirma a especialista.
Em relação aos tipos de tarefas realizadas, os homens só saem na frente no quesito pequenos reparos ou manutenções pontuais, como carro, eletrodomésticos ou outros equipamentos. Entre os homens, 65% se dedicaram a esse tipo de tarefa, contra 33,9% das mulheres. O tempo dedicado ao trabalho em casa também é bastante desigual entre um gênero e outro: mulheres trabalham o dobro, com 20 horas semanais contra apenas 11.
É preciso considerar que incidem sobre essa realidade quesitos como contexto sociohistórico, econômico, regional e político.
A reportagem esclarece que, embora o cenário seja alarmante, é preciso considerar que a participação dos homens aumentou em relação a apurações anteriores do IBGE. A metodologia do Pnad anual da instituição mudou, por esse motivo inexistem dados comparativos. No entanto, um aperfeiçoamento na recolha dos dados facilitou uma coleta mais precisa do comportamento das famílias, especificando quais tarefas executam e com que frequência.
*Com informações de Estado de São Paulo