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26 inspirações para educar crianças livres e combater a homofobia

Um adulto pinta o rosto de um garotinho com o símbolo de feminino, conhecido como "Espelho de Vênus".

26 inspirações para educar crianças e combater a homofobia.

Uma mulher uma vez me escreveu contando que ela imprimiu meu texto, levou a um juiz e falou: ‘O senhor acha isso certo, concorda?’ E ele falou que sim. E ela disse: ‘Meu ex-marido está fazendo tudo ao contrário com meu filho’. O menino de seis anos era obrigado a ver filmes pornográficos com o pai quando estava com ele. O menino começou a ficar muito triste, muito quietinho quando vinha das visitas, e a pedir pra mãe para não ver mais o pai. Ela procurou, então, o juiz, que suspendeu as visitas por um tempo e chamou o pai para conversar. Ai ela falou: ‘seu texto trouxe paz pra minha vida e para a do meu filho. Com ele eu entendi que eu não estava errada, e consegui lutar pra proteger meu menino, proteger sua infância.

O relato acima é da jornalista Silvia Amélia de Araújo.

Em 2013, Silvia compartilhou no Facebook um manifesto pelos “Direitos dos Meninos”, colocando em cheque estereótipos, valores e características atrelados à masculinidade, comumente transmitidos aos meninos durante a sua infância. O post teve mais de 60 mil compartilhamentos e 45 mil likes. Algum tempo depois, ela criou outro manifesto: “Pelo Direitos das Meninas”.

O que diz o dicionário?

De acordo com o Aurélio, “estereótipo” significa “comportamento ou discurso caracterizado pela repetição automática de um modelo anterior, anônimo ou impessoal, e desprovidas de originalidade e da adaptação à situação presente”.

Na opinião da jornalista, estereótipos atrelados ao que é “ser menino” e “ser menina” prejudicam o desenvolvimento pleno da infância.

“Estereótipos limitam as brincadeiras e isso já limita a alegria. Tem um conjunto de coisas que podem ser divertidas na infância que só um gênero tem total liberdade de acesso”

Na reflexão dela, o impacto dos estereótipos na educação das crianças vai além: “Em famílias muito machistas, os meninos héteros também sofrem homofobia, reprimidos por ‘parecerem gays’. Os meninos que são ou serão realmente gays, então, são massacrados desde cedo”, disse. 

Na infância, por exemplo, o machismo está presente quando rotulamos atividades, comportamentos, profissões, brinquedos e gostos como sendo “de meninos” ou “de meninas”.

O que diz o dicionário?

O machismo, na definição do dicionário Aurélio, é uma “ideologia segundo a qual o homem domina socialmente a mulher”.

“A homofobia tem muito do machismo. Parte da ideia de que existem papéis rígidos para o homem e para a mulher desempenharem, e que quem fugir a isso deve ser reprimido”, diz Silvia

Em que momento da vida um indivíduo se torna homofóbico? E como educar e criar crianças para que se transformem em adultos que repeitem todas as pessoas, independente de qualquer coisa – como raça, gênero, condição social ou orientação sexual?

Não há uma resposta única para essas perguntas. Educar uma criança é um processo complexo que começa no primeiro dia de vida desse indivíduo e que permeará todas as experiências de sua vida. Apesar disso, os manifestos escritos por Silvia podem iluminar algumas questões relativas a isso.

Ao todo, são 26 inspirações que podem apresentar novas possibilidades na difícil tarefa que é educar uma criança para que seja um ser humano melhor. Leia e inspire-se a rever suas falas e atitudes como pai ou cuidador:

Pelos direitos dos meninos

Pelos direitos das meninas

Na luta contra a homofobia

No dia 17 de maio, é celebrado o Dia Internacional Contra a Homofobia. O Lunetas apoia essa luta e acredita na construção de um mundo mais justo, com crianças e adultos mais empáticos, que respeitem as diferenças, combatam as desigualdades e defendam o direito sagrado de todos de viverem suas próprias vidas e serem felizes sendo quem são, livres de estereótipos, amarras e preconceitos.

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