A equipe do Movimento Down preparou algumas informações que todos precisam saber sobre a síndrome de Down. Na lista, citam termos que podem ou não ser usados ao se referir a uma pessoa com a trissomia, assim como a garantia à inclusão e à cidadania, a relação do que não se deve dizer a respeito do assunto e a importância de se respeitar todas as pessoas, tenham elas deficiência ou não.
Por exemplo, algumas pessoas acham que não há mal em usar o termo “retardado” quando estão se referindo a elas mesmas ou a pessoas sem deficiência intelectual, mas essa expressão nunca deve ser usada, independentemente do contexto. Pais, amigos e pessoas com deficiência intelectual sentem-se desrespeitados com o uso da expressão “retardado”, porque é sempre pejorativa e há forte ligação histórica com o tratamento desigual/segregador dado a pessoas com deficiência intelectual.
O uso de termos adequados é importante para enfrentar preconceitos, estereótipos e promover a igualdade e a inclusão de pessoas com deficiência. A pessoa é um indivíduo, e não a sua deficiência. Todos podemos fazer a diferença no processo de inclusão!
10 coisas que todo mundo precisa saber sobre síndrome de Down
- 1 Síndrome de Down não é doença
A síndrome de Down ocorre quando, ao invés da pessoa nascer com duas cópias do cromossomo 21, ela nasce com 3 cópias, ou seja, um cromossomo número 21 a mais em todas as células. Isso é uma ocorrência genética, e não uma doença. Por isso, não é correto dizer que a síndrome de Down é uma doença ou que uma pessoa que tem síndrome de Down é doente.
- 2 Pessoas com síndrome de Down não são todas iguais
Apesar de indivíduos com síndrome de Down terem algumas semelhanças entre si, como olhos amendoados, baixo tônus muscular e deficiência intelectual, não são todos iguais. Por isso, devemos evitar mencioná-los como um grupo único e uniforme. Todas as pessoas, inclusive as pessoas com síndrome de Down, têm características únicas, tanto genéticas, herdadas de seus familiares, quanto culturais, sociais e educacionais.
- 3 Deficiência intelectual é diferente de deficiência mental
Deficiência intelectual não é o mesmo que deficiência mental. Por isso, não é apropriado usar o termo “deficiência mental” para se referir às pessoas com síndrome de Down. Deficiência mental é um comprometimento de ordem psicológica.
- 4 As pessoas têm síndrome de Down, não são portadoras da síndrome
Uma pessoa pode portar (carregar ou trazer) uma carteira, um guarda-chuva ou até um vírus, mas não pode portar uma deficiência. A deficiência é uma característica inerente à pessoa, não é algo que se pode deixar em casa. Diante disso, o termo “portador” tanto para síndrome de Down quanto para outras deficiências, caiu em desuso. O mais adequado é dizer que a pessoa tem deficiência.
- 5 A pessoa é um indivíduo, ela não é a deficiência
A pessoa vem sempre em primeiro lugar. Ter uma deficiência não é o que caracteriza o indivíduo. Por isso, é importante dizer quem é a pessoa para depois citar a deficiência. Por exemplo: o funcionário com síndrome de Down, o aluno com autismo, a professora cega, e assim por diante.
- 6 Pessoas com síndrome de Down têm opinião
Esses indivíduos estudam, trabalham e convivem com todos. Eles têm opinião e podem se expressar sobre assuntos que lhes dizem respeito. Em caso de entrevistas, procure falar com as próprias pessoas com deficiência, não apenas com familiares, acompanhantes ou especialistas.
- 7 Não as trate como coitadinhas
Ter uma deficiência é viver com algumas limitações. Isso não significa que pessoas com deficiência são “coitadinhas”. Pessoas com síndrome de Down se divertem, estudam, passeiam, trabalham, namoram e se tornam adultos como todo mundo. Nascer com uma deficiência não é uma tragédia, nem uma desgraça, é apenas uma das características da pessoa.
- 8 De perto, ninguém é normal
No mundo não existem “os normais” e “os anormais”. Todos são seres humanos de igual valor, com características diversas. Se precisar, use os termos “pessoa sem deficiência” e “pessoa com deficiência”.
- 9 Direito constitucional à inclusão e à cidadania
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi aprovada no Brasil em 2008 como norma constitucional. Ela diz que cabe ao Estado e à sociedade buscar formas de garantir os direitos de todas as pessoas com deficiência em igualdade de condições com os demais. A Convenção é uma importante ferramenta de acesso à cidadania e precisa ser mais difundida entre as próprias pessoas com deficiência, juristas e a população em geral.
- 10 A terminologia é importante
Referir-se de forma adequada a pessoas ou grupo de pessoas é importante para enfrentar preconceitos, derrubar estereótipos e promover igualdade.
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